Sarah Bernhardt , esta sim uma celebridade que atravessa os séculos
Quando eu comecei a fazer teatro, há meio século atrás nem
havia a indústria de conteúdo para teledramaturgia. Uma ou outra novelinha. Era
teatro mesmo. E com isso todos os atores se conheciam, todos nós sabíamos quem
era quem na profissão.
Profissão aliás que se escolhia por pura vocação, já que
era reprimida em sua maioria pelos familiares, e amigos. Ser ator ou atriz era
quase equivalente a ser promíscuo e marginal.
Nos dias de hoje são tantos e tantos atores e atrizes jovens
chegando ao mercado que a gente não tem nem tempo de conhecer um e já temos
outros chegando. Mal sabemos os nomes de uma pequena percentagem. E a maioria
aparece e desaparece como caudas de cometas.
Houve a época dos modelos. Todos queriam ser modelos, depois
descobriram que modelo era pouco, era preciso ser ator para ter mais
visibilidade (há uma crise de identidade em cada indivíduo na sociedade de hoje) .
Conclusão: são milhares de jovens, sobretudo no Rio e SP, quase todos com o mesmo biótipo: sarados ou esquálidas,
rejeitando glúten e tomando suprimentos.
Vulgarizou-se a profissão, no sentido de tornar-se popular. Nos tornamos hoje mais próximos
de um comportamento social tipo executivos demultinacionais que de românticos criadores.
Basta um vestido novo, ou um casamento de marketing e a pessoa
torna-se celebridade do mundo artístico, maior celebridade até que Sarah Bernhardt ou Laurence Olivier.
Mas, é assim mesmo, é a tal sociedade de massas. A
industrialização; a beocidade do neoliberalilsmo; da economia de mercado.
E a gente vai levando, com a certeza de quie das milhares de parreiras que vão brotando a cada dia pela mídia de consumo algumas afnal darão boas uvas para um bom vinho.
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