17 dezembro 2015

Agora Só Ano Que vem




Amigos queridos que me acompanharam por este ano de 2015: só tenho a agradecer a leitura e comentários que fizeram deste blog.

O carinho, as críticas, os apoios, e o estarmos juntos sempre.

Por hoje,  paro 2015. Vou tirar merecidas férias de fim de ano.  Fugir do burburinho da época, e retornar dia 05 de janeiro para mais um ano juntos.

Paz, prosperidade, e amor.

Um abraço e até 2016!

PS: Em tempo



16 dezembro 2015

Adeus às Ilusões: A Derrota no Brasil e na Guerra Civil Espanhola



O alagoano Otávio Brandão


Minha mulher anda inconsolável com as derrotas que as forças  populares vem sofrendo nas últimas semanas. Se emociona, Não se conforma. Espera sempre por uma vitória. Lembro a ela que muito pior foi a derrota na Guerra Civil Espanhola. Centenas de milhares de  mortos. Stalin fazendo corpo mole, traindo  e sabotando as forças republicanas, Hitler e Mussolini enviando soldados e aviões...depois, 40 anos de Ditadura franquista. A Espanha é pra mim o ponto de referência. Não conheço pior derrota – e traição -  para as massas revolucionárias que as da Espanha.
 Não entra na cabeça da minha mulher que o pacto que Lula conseguiu ao se eleger em 2002 com aquela arreglada “Carta aos Brasileiros” acabou, apodreceu junto com a crise econômica mundial, e que agora os capitalistas não querem mais jogar com o PT. Querem a parte do Leão e o povo que se foda. Acabou a brincadeira. A tal governabilidade foi legal enquanto o dono da bola deixava a gente jogar.
Até parece que minha mulher jamais leu Marx: O Governo burguês nada mais é que um comitê para gerir os negócios burgueses; a Justiça num Sistema Capitalista é uma Justiça de Classe ; e os órgãos da superestrutura do Sistema ( como o PIG) servem ao Sistema. Então eu digo a ela que não tenha ilusões, e relembro uma entrevista dada por Octávio Brandão, eleito vereador pelo PCB em 1947 pelo Rio de Janeiro, falando sobre Prestes e sobre a luta das massas:

- “Sempre que Prestes e os revolucionários pequeno  -burgueses em geral marcharem com as massas,  a frente única das massas, a frente única entre  as massas  e nós estará realizada, de fato. Sempre que os chefes  pequeno-burgueses romperem com as massas, terão  por isto mesmo rompido de fato conosco. Subordinamos  a nossa atitude, perante quaisquer grupos  políticos, aos interesses das massas. ...Empurraremos os revolucionários pequeno-burgueses sempre para frente. Ao mesmo tempo, criticaremos  as suas ilusões e oscilações, e demonstraremos a incapacidade para dirigir as massas na luta. Explicaremos sem cessar  às massas laboriosas que não poderão ser libertas pelos “heróis”, pelos “cavaleiros da esperança”. Só poderão ser libertas por suas próprias organizações revolucionárias, sua própria aliança revolucionária. Explicaremos às  massas que a direção da pequena-burguesia já tem custado muito sangue e muito sofrimento final, as massas foram traídas. Tal direção acarretará sempre novas derrotas e novas traições.” (Extraído do livro de J. R. Guedes de Oliveira).

Claro que Otávio Brandão foi expurgado pela Direção do PCB, relegado ao anonimato e declarado traidor do Partido.
Mas -  eu que tenho nos últimos tempos me abstido de escrever mais  sobre política, ou de estar acirrado na luta (até porque agora é a vez dos moços) - escrevo isto para lembrar que é a luta de massas que transforma a Sociedade, não são os conchavos palacianos, os acordos obscuros (janela aberta à corrupção) , os arreglos com os carrascos.

Assim como o assessor de Bill Clinton disse à ele “-É a economia, seu burro!” eu reafirmo à turma “revolucionária” da gravata e do ar condicionado que deixou chegarmos a este ponto: “É a luta de massas, seus burros!”





14 dezembro 2015

Experimente Ficar Calado alguns Minutos por Dia


O ator Mel Gibson em silêncio numa das cenas do filme "Hamlet"

Ontem à tarde teve lugar uma festa no play do prédio ao lado. Moro no 12º andar, pois as pessoas da festa falavam tão alto e todos ao mesmo tempo,  que a balbúrdia que começou às 17h  seguiu por horas até 23h. Não sei como elas se escutavam, nem sequer se estavam interessadas em se escutarem, ou apenas interessadas em gritar e esgotar suas energias e hormônios nos berros. Crei que depois seguem todas para suas casas, canadas, exuastas, mas felizes por terem gritado tanto. (Risos). 
Foi aí que lembrei-me de Shakespeare:

“O resto é silêncio”. Estas são as últimas palavras de Hamlet ao morrer na tragédia. 
Use estas palavras não para morrer, mas  para começar uma nova vida. Aprenda com o "resto" deixado por Hamlet: o Silêncio. Este "resto" é tudo.
Há dentro de cada um de nós uma voz que nos fala. A voz do nosso Eu interior. A chamada voz da consciência. Eu até me arriscaria a chama-la de voz da inconsciência. Porque a da consciência sempre se expressa por palavras. Não fica em silêncio.
Experimente ficar calado, em profundo silêncio ao menos alguns minutos por dia. Você verá como isso lhe trará pacificação. No Silêncio podemos sentir a pulsação da vida. A gente sente isto ainda mais claramente sentados  em silêncio sob  uma árvore, num lugar como um parque, um horto, um jardim.
Para o seu próprio conhecimento, curta o silêncio.
Muitas vezes falamos tanto que não só não ouvimos as pessoas próximas: não ouvimos a nós mesmos.
Relembro o dito popular: "Falar é prata, calar é ouro."
Mas não pratique isto em festas de fim de semana em playgrounds. Você será a pessoa mais antisocial do convescote. (risos)

Meme- TFP Vira Comissão de Frente na Miniinfestação de SP



11 dezembro 2015

Iluninando Nossos Cantos Escuros





Todos temos nossos pontos trevosos. Cantoss escuros em nós mesmos, na nossa vivência e no nosso existir,  que recusamos a ver, sendo portanto na maioria das vezes melhor  deixá-los nas trevas para que não tenhamos que tratar deles.
Vejam bem o termo que usei, até sem querer: “tratar deles”. Isso quer dizer enfim: curá-los.
Em nossas trevas  vivem vermes, fantasmas, miasmas, fungos e monstros. Todos nossos.  A escuridão os alimenta.
Quando a gente tem uma ferida ela precisa de duas coisas além dos medicamentos usuais: oxigênio e luz. Pois a permanência na escuridão, sem ar e sem luz, fará proliferar as bactérias e a infecção.
Assim é com a nossa vida. Quando nos atrevemos a iluminar estes cantos escuros não tenhamos medo, estamos trabalhando para a cura das “ purulentas infecções” com as quais, sem o querer, compartilhamos o que deveria ser vida limpa e saudável.
Comece hoje mesmo. Pare um pouco e olhe para dentro de si mesmo. Jogue luz sobre seus medos, seus terrores...como diz a letra de Caetano : "Nada é  pior do que tudo que você já tem dentro do teu coração mudo".
Você é dual como o Universo: carrega com você a luz e as trevas.  Use sua luz. Ilumine a sua escuridão.

08 dezembro 2015

A Cartinha de Amor do Mordomo do Drácula


Vamos Parar Com Essa Coisa de Fobia Pra Tudo


É gorda, e pronto. Só isso. Tem quem goste, te quem não goste. Simples.

O tal do “politicamente correto” já de há muito encheu o saco. Agora a moda são as "fobias". Se você não come hambúrgueres pode ser acusado de "hamburguerfobia". Uma bobajada só. Fobia é coisa muito além da distinção que fazemos das coisas e pessoas. Fobia é coisa séria, profunda, que exige tratamento e acompanhamento psicanalítico ou psiquiátrico.
Usando o Hoauiss, fobia é “medo exagerado” ou ainda “estado de angústia, impossível de ser dominado, que se traduz por violenta reação de evitamento e que sobrevém de modo relativamente persistente, quando certos objetos, tipos de objeto ou situações se fazem presentes, imaginados ou mencionados ".
Aí eu leio no Portal do R7 sobre a Mulher Vulcão ( http://noticias.r7.com/hora-7/fotos/explodiu-na-web-mulher-vulcao-derrete-coracoes-e-levanta-bandeira-contra-a-gordofobia-18112015#!/foto/1 )  , uma cidadã de Natal – RN, que muito gorda levanta a bandeira contra a “gordofobia”.
Que gordofobia nada. Ela é gorda e pronto. E quem a vê sabe e diz que ela é gorda. Gordofobia nem existe catalogada entre as doenças. Mas -  como eu disse, - a moda agora é taxar qualquer distinção como fobia.
Nascemos com o dom de distinguir. Separar as coisas: isto é vermelho, isto é verde. Isto é molhado, isto é seco. Isto é jiló, isto é, maxixe. E com isso decidimos do que gostamos ou não. Um amigo meu recusou uma relação com um homossexual. Foi taxado de homofóbico. Ah, qual é? Vamos respeitar. Ele não gosta de relações homossexuais, ou talvez, para maior ironia, não gostou DAQUELE homossexual. Talvez um outro... (risos)
Vamos com calma, distinguir, nomear, reconhecer coisas e pessoas não denota aversão ou fobia. Denota escolha.
Nem fobia, nem discriminação persecutória. Fobia é incontrolável, pertence ao terreno do inconsciente, deve ser tratada. Discriminação persecutória como o racismo ou crimes de gêneros é caso de polícia e Justiça.
O resto é a boca do povo usando o termo  “fobia” pra tudo, como no tempo em que para qualquer  comportamento se dizia brincando “Freud explica”, e sabíamos Freud não tinha nada a ver com o fato.

06 dezembro 2015

Meia-Noite, A Hora do Terror




Nas histórias de terror a hora do pesadelo é a meia-noite. Pura lenda. Ainda mais nos dias de hoje, na sociedade urbana, em que à meia-noite as cidades ainda fervilham em seus fazeres e lazeres.
N o meu tempo de criança, às 21 horas uma família se recolhia; às dez da noite já era considerado muito tarde para telefonar para alguém, quanto mais para alguém chegar em casa.
Isso acabou com a modernidade. Mas, por outro lado, há uma Lei de Murphy, uma maldição, uma coincidência...sei lá o que seja que prega peças sempre depois que dá a meia-noite.
Estive observando e percebi, por exemplo, que vaso sanitário só entope depois da meia noite. Você já está se preparando pra dormir quando descobre que o vaso entupiu! Terror!!
A Internet sai do ar logo depois da meia-noite. Você liga para a empresa provedora pois precisa terminar o que estava fazendo e recebe a notícia: só deve voltar depois das seis da manhã.
Outra coisa: dor de dente só começa depois da meia-noite...
Notícia ruim o telefone avisa quase sempre depois da meia-noite.
E seu laptop dá pau sempre depois da meia noite, te levando a dormir tenso pois você já imagina o que vai enfrentar correndo atrás de manutenção e conserto na manhã seguinte.
Bolsas d’agua de gravidez geralmente rompem depois que da meia-noite.
Estas e muitas outras coisinhas só ocorrem depois da meia-noite. Já notaram? Ou é impressão minha? Não sou supersticioso, não alimento superstições. São coisas de almas infantilizadas.
Porque, adulto, só há uma forma de lidar com esses contratempos da madrugada: paciência. Muita paciência. Berrar, espernear, chorar, xingar, não resolve nada. Só nos faz regredir mais ainda. O jeito é muita calma nesta hora. A calma nos trará a pacificação e com ela  a certeza de que tudo se resolverá e que não há um complô contra qualquer um de nós que começa da meia-noite em diante. (Risos.)

05 dezembro 2015

Tragédia de Mariana Revela Nosso Ódio à Mâe Terra


         Minha mulher Dôia,   banhando-se nas cascatas do Rio São Bartolomeu, em Alto Paraíso

O primeiro líquido que conhecemos é o amniótico, quando ainda estamos sendo gestados no ventre materno. Somos gestados na água. Sessenta e cinco  por cento do nosso corpo é água. A humanidade e todos os seres vivos viemos das águas primevas. Toda a vida no Planeta surgiu das águas. As águas do Planeta foram, e são, o grande líquido amniótico da grande mãe Terra que nos trouxe a vida.
E não agradecemos esta dádiva. Não cuidamos, não resguardamos, não respeitamos este presente da Criação. Agimos como se fossemos órfãos, ou melhor: como se nada tivéssemos a ver com as águas, como se elas fossem estranhas a nós, ou nossas inimigas.
A catástrofe de Mariana fez-me pensar sobre como a Terra pode se vingar da maneira como a tratamos. Pois se no lugar do líquido amniótico tivéssemos no ventre materno uma lama tóxica? O que seria de nós? Da vida?
Neste rastro descubro que o Rio São Bartolomeu, que banha Brasília e que tem 200 km de extensão, está secando, está poluído, está morrendo, devido a um processo intensivo de ocupação do solo por atividades agropecuárias, mineradoras, e parcelamentos com a transformação de áreas rurais e zonas urbanas. Estas áreas levaram à perda da vegetação natural e à impermeabilização do solo.
Logo o São Bartolomeu, onde em Alto Paraiso de Goiás, eu e Doia nos banhamos e passamos horas de lazer em suas cascatas. Imaginem uma cidade verde, harmoniosa, no Brasil Central fazendo racionamento de água porque a Natureza não está podendo mais ser generosa como antes.
As águas são, por assim dizer, o princípio feminino da Natureza. Porque todo esse descuido, esse ódio encoberto no trato com este princípio?
Se queremos receber amor temos que dar amor. Se não a Natureza se vinga, os rios secam, os oceanos tornam-se estéreis, a lama tóxica destrói a vida, e a protetora água materna nos será negada e nos levará ao fim.

04 dezembro 2015

Infração no Trânsito? A Culpa É da Dilma


Flagrante no trânsito do Rio hoje: o motorista do caminhão resolve por conta própria ao sair de uma esquina transversal que fazer o balão, como manda a Lei de Trânsito,  é muito trabalhoso, então invade a contra mão, hoje dia 04/12 às 145h30m na Rua Jardim Botânico e cria o caos fechando  a pista. Vejam a sequência já que hoje em dia graças aos smartphones mesmo sem se chamar delcídio você é flagrado:

Invade a pista e para o trânsito...

...aí chega um desses "verdinhos"  que até hoje não sei qual a função exata deles...

...e ajuda o infrator a completar sua infração.


Total falta de respeito, infração, ilegalidade, falta de cidadania, deboche... e a culpa é de quem: De quem? Lógico: da Dilma !!!!!



Mariana, Ou, Como Mal Tratamos o Nosso Planeta






A tragédia de Mariana, um dos maiores desastres contra o povo brasileiro - e chamo de “contra o povo brasileiro” porque creio que chamá-lo de “ecológico” seria um eufemismo. Somos nós mesmos as verdadeiras vítimas deste “descuido” promovido pela maneira relaxada, vingativa mesmo, com que lidamos com a Natureza. Esta Natureza tão generosa quanto um bom seio materno.
Lamentamos e nos escandalizamos que tal, tenha ocorrido. Mas o fazemos muito mais pelas proporções da tragédia que pela compreensão e consciência interior em cada um de nós.
Cada um de nós de alguma forma maltrata e descuida da Terra que nos alimenta e nos abriga. Temos um dever de cuidar dela como se cuida da pessoa mais querida sobre a face do Planeta.
E não percebemos o descuido: jogamos lixo pelas encostas; descuidamos até mesmo do mínimo, lembrando “O Otimismo” de Voltaire:  de regar nossos jardins. Somos omissos nas denúncias diárias contra agressões como o desmatamento; como o envenenamento dos rios, mares e lagoas; omissos no desaparecimento predatório de espécies animais e vegetais; no sangramento diário das entranhas da terra pela ganância das grandes empresas em busca das riquezas em seu ventre...enfim: pagamos um alto preço por nossos atos contra a Natureza. A começar pela mudança do clima, também pelos desastres naturais como inundações, furacões, etc. e mais ainda quando os desastres se dão como agora em Mariana, pelas displicentes mãos humanas, como se estas mãos não tivessem nenhum respeito, e ao contrário,  muita raiva da Natureza.
O Planeta Terra é como um grande condomínio. Cada um de nós é responsável pela sua manutenção, pois é dele que vivemos, é nele que vivemos,  e não conhecemos nenhum outro lar terreno que não seja este. É nossa casa. Mantenhamos ela arrumada, limpa e próspera.

01 dezembro 2015

A Generosidade dos Atores


O ator Mário Lago, exemplo de generosidade



Outro dia  pensei  sobre a generosidade, e continuei então a meditar sobre o assunto. Daí, hoje a  reflexão sobre a generosidade repousou o olhar sobre nós, os atores. N verdade, não só os atores, mas todos os ambientes de trabalho.

A profissão de ator é generosa por essência. Os atores são generosos pela natureza do nosso próprio trabalho: consolamos por alguns momentos os espectadores quer levando-os a refletir e identificarem-se com as histórias que representamos, quer divertindo-as e fazendo-as esquecer por um tempo as dores do Mundo.

A profissão é generosa, e se a maioria dos colegas escolhe esta profissão o faz porque neles já está intrínseca a generosidade. Mas, como em qualquer trabalho, alguns colegas nem sempre são generosos. Creio que sem generosidade ninguém, em qualquer profissão, e na vida, chega a lugar algum. Pode até por um tempo deter o Poder, mas um simples soprar do vento o esfumaça.

Há várias formas do colega ser egoísta e pouco generoso em cena. Uma delas é representando cada vez mais ao fundo do palco, o que obriga o seu interlocutor a virar-se de costas para o público para dialogar com ele. É um truque velho, de vedetes antigas, mas que usam até hoje.  Outros dão o tom errado – mais baixo, mais alto... -  nas falas em resposta, o que obriga o outro  a malabarismos de harmonia para acertar a melodia e o andamento do texto. Há  ainda aqueles que sequer olham em teus olhos quando dialogam contigo, justo quando sabem que a arte de representar é um jogo de olho no olho do colega. Há sim, os que fazem isso, e muito mais.   Usam de mil artimanhas, incapazes de doar ao colega o apoio tão necessário em cena. São poucos, mas os há. Creio que como em todas as profissões.
Mas são perdedores, porque afundam-se na solidão do seu ego e da sua mesquinhez, desconhecem o prazer do amor que a generosidade traz consigo.