19 maio 2015

O "Politicamente Correto" No Humor É Uma Forma de Fascismo


Duas grande e sérias bestas


Muitas vezes ver uma pessoa, situação ou instituição que nos é rival ou estranha  sendo ridicularizada, degradada, deformada, exposta numa piada ou numa caricatura ou qualquer outra obra cômica, faz brotar do mais profundo do nosso ser algo instintivo, natural, que não pede para ser analisado ou compreendido, apenas que nos satisfaça, satisfação esta expressa em graus que vão de um simples sorriso à gargalhada.

E quando rimos nenhum de nós para pra analisar de que se está rindo. Para pra analisar qual o processo do riso? Se ele está certo ou errado. Ri-se e pronto. Está rido. O riso é uma emoção. Ela expressa-se independente do nosso controle consciente. É um fenômeno tão simples e ao mesmo tempo tão complexo.

De toda forma pode-se dizer que todo riso é um riso de classe, já que está ligado diretamente à construção do tipo social de quem ri.

Ou seja: o riso varia conforme o nível cultural e social.

Tentar estabelecer o politicamente correto é o mesmo que voltarmos ao estalinismo ou outros regimes repressores; voltar ao romance “O Nome da Rosa” onde a Igreja proibia a leitura de Aristóteles sobre o riso já que quem ri poderia rir de Deus, logo não seria religiosamente correto.

Qualquer tentativa de estabelecer o politicamente correto é a meu ver uma forma de fascismo.
Faça-se o humor, livre, solto, inconsciente, de toda forma ele será sempre manifestação de uma ideologia, e a sociedade democrática   possui inúmeros mecanismos para defesa das minorias, da ética, etc. etc...

Além do mais, sendo o riso  manifestação inconsciente sofrerá  a repressão do superego, quer da sociedade, quer dos espectadores, quer do próximo ou do que ou quem se ri. E esta repressão será tanto mais -  ou menos -  severa quanto maior for o rompimento dos limites com o riso, haja à vista "Charlie Hebdo".


Portanto não precisamos que pseudo intelectuais mal-amados, ou patrulhas fascistas estabeleçam cartilhas do  como rir e do que rir.

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