Duas grande e sérias bestas
Muitas vezes ver uma pessoa, situação ou instituição
que nos é rival ou estranha sendo
ridicularizada, degradada, deformada, exposta numa piada ou numa caricatura ou
qualquer outra obra cômica, faz brotar do mais profundo do nosso ser algo instintivo,
natural, que não pede para ser analisado ou compreendido, apenas que nos satisfaça,
satisfação esta expressa em graus que vão de um simples sorriso à gargalhada.
E quando rimos nenhum de nós para pra analisar de que
se está rindo. Para pra analisar qual o processo do riso? Se ele está certo ou
errado. Ri-se e pronto. Está rido. O riso é uma emoção. Ela expressa-se
independente do nosso controle consciente. É um fenômeno tão simples e ao mesmo
tempo tão complexo.
De toda forma pode-se dizer que todo riso é um riso de
classe, já que está ligado diretamente à construção do tipo social de quem ri.
Ou seja: o riso varia conforme o nível cultural e
social.
Tentar estabelecer o politicamente correto é o mesmo que
voltarmos ao estalinismo ou outros regimes repressores; voltar ao romance “O Nome
da Rosa” onde a Igreja proibia a leitura de Aristóteles sobre o riso já que
quem ri poderia rir de Deus, logo não seria religiosamente correto.
Qualquer tentativa
de estabelecer o politicamente correto é a meu ver uma forma de fascismo.
Faça-se o humor,
livre, solto, inconsciente, de toda forma ele será sempre manifestação de uma ideologia, e a sociedade democrática possui
inúmeros mecanismos para defesa das minorias, da ética, etc. etc...
Além do mais, sendo o riso manifestação inconsciente sofrerá a repressão do superego, quer da sociedade, quer dos espectadores, quer do próximo ou do que ou quem se ri. E esta repressão será tanto mais - ou menos - severa quanto maior for o rompimento dos limites com o riso, haja à vista "Charlie Hebdo".
Portanto não precisamos
que pseudo intelectuais mal-amados, ou patrulhas fascistas estabeleçam cartilhas do como rir e
do que rir.
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