27 novembro 2014

O Brasil Terá Mais, Muito Mais do Mesmo



Ainda nem sequer tomou posse em seu segundo mandato e já vemos pelos atos da Presidenta por onde deve seguir seu segundo governo.
Durenta a campanha jogando pela Esquerda como forma de isolar à Direita a Oposição,   agora a realidade volta a se impor e o Governo volta ao que era antes, para desgosto dos que acreditaram em mudanças maiores na trajetória política e economica do País.
A julgar pelos nomes e pela vontade política  creio que  teremos o chamado "mais do mesmo".
A menos que sejamos salvos pelo gongo, o tédio regerá os próximos 4 anos.
Se por um lado a Presidência e o Partido pelo qual ela se candidatou estejam fragilizados pelas denúncias de corrupção - que no dizer dos delatores vem desde os anos 90 , muito antes do PT no Governo - por outro lado há uma expectativa de que mais de 200 congresistas estejam envolvidos no esquema de propinas da Petrobras.
E não nos enganemos: porque este esquema ocorreria apenas na estatal Petrobras? E se abrirmos um caixa de Pandora na Eletrobras , e em muitos outros departamentos do Estado brasileiro?
Pois é, fragilizados dois dos Poderes da República um poderá falar para o outro sem nenhum pudor: "Macaco olha o teu rabo!"
Sobrará o Poder Judiciário,  que a cada dia é mais recorrido pelo Congresso , por deputados e senadores, para dirimir questões que deveriam ser da autoridade das casas legislativas, o que por si só já demonstra - bem antes dos escândalos - a perda de tônus do Congresso.
Acenando para o Bradesco (Joaquim Levy) no lugar do Itaú para comandar a Economia, e para Katia Abreu - a ruralista - para a Agricultura podemos perceber que teremos durante os próximos 4 anos "mais, muito mais do mesmo".
Projetos como a Reforma Política, a Reforma Tributária, a Lei de Medios e muitos outros muito importantes para a modernização do País continuarão no Limbo, sem serem tocados.
O fosso e a falta de comunicação entre as bases e a Presidenta continuará ainda mais profundo.
A incapacidade de Dilma de dirigir-se ao povo brasileiro  em linguagem clara e popular persisitirá, impedida primeiro pela falta de dom da Presidenta em ter esse tipo de discurso, em segundo lugar - ou talvez até em primeiro - pelo tal pacto da governabilidade.
Portanto , amigos, coninuaremos a assistir ao velho filme neoliberal reprisado no telão do Alvorada.
Pelo andar da carruagem arrisco dizer que tudo será por muitos anos ainda "mais , mas muito mais do mesmo".
Ou não?

05 novembro 2014

A Corte de Ricardo III - Aécio, Aloysio, Goldman, Bolsonaro et Caterva.



Continuando a série de artigos baseados na analogia entre a milenar cultura da Humanidade e a imediata política tupiniquim, volto hoje a Shakespeare.

Dentre as tragédias de Shakespeare creio que a mais intriguenta, a que denota maior inveja entre as personagens, e maiores crimes sugeridos e perpetrados contra o Poder vigente é "Ricardo III", o Rei que acabna perdido no campo de batalha gritando "meu reino por um cavalo".

Relembrando:  Ricardo, Duque de Gloucester, inicia a peça em um monólogo no qual fala do fim da guerra, da paz que então impera na casa real inglesa e de seu descontentamento pelas festividades nas quais não pretende engajar, por se sentir desfavorecido pela sorte – refere-se à sua deformidade física e aos insucessos amorosos. Deixando claros de imediata a inveja e o ódio que a rejeição lhe traz.

Ele fala de sua sede de poder e dos ardis que criou para jogar o irmão George, Duque de Clarence, contra seu outro irmão, o rei Eduardo IV . Jogou irmãos contra irmãos, em nome do seu Poder a qualquer preço.

Daí em diante sucedem-se atos de vila nia sem igual, tudo pelo Poder.

O PSDB tem agido como a corte de Ricardo III. Tem cutucado a onça com vara curta; tem alimentado a idéioa de impeachment  da Presidenta legalmente eleita, a lisura das urnas, e a intervenção dos duques militares do Exército, açodados por Bolsonaro  e outros telhados.

Na obra Walt Disney há o desenho "O Aprendiz de Feiticeiro"com Mickjey Mouse. No desenho o rato apanha muito para aprender os feitiços. Mas os líderes do PSDB já são um puquinho velhos para confundirem o Brasil com um desenho animado; para serem aprendizes de feiticeiros, ou para tentar substituir a Democracia por práticas e fórmulas mágicas.

O golpismo está sempre presente em Ricardo III. E ultimamente, no Brasil -  não na Inglaterra - manifesta-se nas palavras dos opositores derrotados.

Ao alimentarem o desejo do impeachment e do golpe militar - direta ou indiretamente -  Goldman,Aloysio, Aecio,  Carlos Siqueira e  lobões azedos, ou azevedos,  podem vir a gter o fim de  Ricardo: abandonados no campo de batalha clamando por um cavalo para fugir do próprio monstro que estão ajudando a criar.

04 novembro 2014

A Coroação de D. Pedro, e, Aécio o Príncipe Aventureiro



Debret foi o pintor e desenhista  por excelencia do Brasil Reino  ao Brasil Imperial.
Jean - Baptiste Debret retratou com suas gravuras o cotidiano dos brasileiros. Se hoje temos informações do tipo de vida da época devemos sobretudo às suas obras.
Aqui chegou em 1817 na Missão Cultural Francesa. E acima:  em 1838 pintou este óleo "A Coroação de D. Pedro".

Atrevo-me a estas linhas porque com certeza cultura é política.

"Pedro, põe a coroa em tua cabeça antes que um aventureiro qualquer  o faça." Frase atribuída a D. João VI ao partir do Brasil, aconselhando seu filho.

O adjetivo "qualquer" na frase,  deixa subentendido que não podia ser um aventureiro desconhecido, um qualquer. Tinha que ser o aventureiro da Família Real: Pedro.
E esta tem sido a grande aventura de Aécio Neves desde a sua derrota nas urnas: ser Coroado. Mas...apenas por ser ele neto do Tancredo o torna membro da Famiília Real?

Mesmo que a resposta seja negativa , Aécio quer colocar a coroa em sua cabeça.
Não porque queira assumir o Poder de imediato no Brasil. Ele sabe que as instituições são mais fortes que seu golpismo.
A coroa que ele  quer por  sobre a sua cabeça é a da liderança da Oposição.

Retornou ao senado debaixo de ruidosa manifestação, e aos gritos do público: "Aécio é o Presidnehnte!!" , "Fora PT!".
E declarou com toda a pompa, sem humildade ou pudor: "Vou liderar a oposição no Brasil. A opinição pública me delegou este papel."

Por que Aécio, político mineiro, propõe-se de forma tão descuidada  a ser o líder dos coxinhas?
Justamente porque Aécio sabe que Alckmin e Serra estão no seu pé. Que Alckmin sobretudo, e Serra por tabela  não permitirão que ele se transforme em Dom Aécio I.
A patacoada ocorrida em Brasília nesta terça feira nada tem a ver com liderar a Oposição, mas sim com a luta interna do PSDB que já começou desde o momento em que Aecim perdeu.

Perdeu!!!! É bom que se repita.

Ao radicalizar,  Aécio acabará fazendo o jogo que Alckmin deseja que ele faça: o isola-se do centro. Continua seu caminho para a Direita, e por consequencias virão a perda de terreno e sua desconstrução.

Uma vez um  amigo me disse: - "Não morre quem quer. Só morre quem pode."
O mesmo axioma aplica-se ao caso Aécio: "Não é líder quem quer.Só é lider quem pode."

Caminhando desde a  derrota com discrição e equilíbrio, Alckmin, e o desaparecido (recolhido) Serra são mais astutos que o escandaloso playboy das Alterosas.
O rapazinho que se distrai construindo aeroportos nos terrenos familiares pode espernear, dançar, rebolar e gritar que não adianta: o jogo do Poder dentro do  PSDB  será jogado em São Paulo em 2018.

E o capitão do time já foi escolhido, como dizia o humorista Castrinho:  Geraaaaldo!

01 novembro 2014

A Tragédia de Shakespeare e a Intriga da Veja

                     Iago (Frank Finlay) intriga Othelo (Sir Laurence Olivier) . Filme de 1965.


Abordemos hoje a obra de Shakespeare "Othelo, O Mouro de Veneza" escrita há 410 anos.
Othelo, o mouro, é apaixonado por Desdêmona. Mas Othelo é profundamente emocional e por consequência, ciumento.
Iago, que deveria ser seu grande amigo, arma tamanha rede de intrigas e entre elas a de que a sua  amada Desdemona o está traindo.
Falsa informação, que tem por base a manipulação da verdade.
E num jogo pleno de falsidades e hipocrisia leva Othelo à tragédia, jogando-o contra amigos leais, e acabando por  assassinar a amada, asfixiando-a.
Ao publicar a capa da semana passada com o título "Eles sabiam de Tudo" anunciando que o doleiro Youssef havia denunciado Dilma e Lula a  revista  da Marginal agiu como Iago.
Com que objetivos não ouso afirmar, mas que foi pura intriga shakespeareana, isso foi. Claro que sem o talento do bardo, e que em poucos anos- ou meses -  ninguém se lembrará desta "obra" vista, ou melhor: revista.
A intriga é coisa antiga. Na maioria das vezes feitas sem bases verdadeiras, apenas em boatos ou falsas premissas.
Foi o que fez Iago.
A Presidenta, ora reeleita,  prometeu que não ficaria pedra sobre pedra nesta questão da falsa veiculação, já que o próprio advogado do doleiro desmentiu o tal "depoimento" dele.
Mas até agora , nada
Vai ficar barato? Vai ficar mesmno na tradição da tragédia , onde todos são impotentes diante dos fatos do Destino, ou vamos ter um desfecho dramático onde as personagens atuam sobre a realidade?
Pelo tempo da trama acho que a cortina já se fechou, e sem aplausos para todos que atuaram. Ou não?