Aquiles Nazoa, humorista venezuelano, fala sobre o humor:
- " O humor é uma forma de pensar, sem que quem pensa perceba que está a pensar" é, portanto, pensar de contrabando. Sociedades abertamente ditatoriais odeiam o pensamento, pois inevitavelmente leva à liberdade e à autonomia.
O filme “O Grande Ditador” de Charles Chaplin que hoje é mostrado sem problemas, de maneira trivial, com cena até como abertura de telenovela, você, leitor, nem pode imaginar o quanto foi difícil para Chaplin fazer este filme e exibi-lo.
A proibição ao filme não se limitou apenas aos governos nazifascistas da Alemanha e da Itália, foi além: o próprio governo dos EEUU, considerado democrático, mas fiel aos seus interesses não queria contrariar aliados irritados com o filme.
Chaplin foi acusado de "fascismo prematuro", porque o humor é sábio e sempre tem a capacidade de antecipar a tragédia humana.
Esta foi a resposta de Chaplin às pressões contra o filme: "Eu vou tornar público este filme mesmo que para isto eu tenha que construir ou comprar um cinema e mesmo que o único espectador da sala de projeções seja eu”.
"O Grande Ditador" foi proibido na Itália, Alemanha, Espanha, na Europa ocupada, Costa Rica, Argentina, entre outros, e muitos cinemas na América do Norte também optaram por não exibí-lo.
E para não dizer que fomos - ou somos - um País em desalinho com o Mundo, à época sob o regime ditatorial pró-fascista de Getúlio Vargas o filme também foi proibido no Brasil. Uma ameça à segurança nacional. E com isso mais uma vez Chaplin expôs o ridículo.
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