Pra pobre a fila não anda,...
Como morador do Rio - a maior cidade do Estado Islâmico (EI)
fora do Oriente Médio - tenho interesse sobre tudo que se passa por lá nas arábias.
Porque tudo que acontece por lá acontece no Rio, só que aqui com mais intensidade.
Leio denúncia de jihadista sírio de que o
nepotismo impera na escolha dos homens bombas. Diz ele que os filhos dos ricos
da Arábia Saudita têm preferência na fila pra se explodir.
- O senhor está na fila há quanto tempo?
- Três meses e meio.
- Por que a demora em ser escolhido pra explodir?
- Porque sou sírio pobre. Os filhos de ricos têm
precedência. Consegui com um primo meu que é agente alfandegário uma vaga na
frente, mas era pra explodir na Guatemala.Lá eu não quero porque não dá nem
notícia nos jornais. Queria explodir em Londres, Paris..., mas estes lugares
são reservados para os filhos de ricos da Arábia Saudita.
- Tem gente há mais tempo na fila?
- Tem muita gente, eu até que estou bem, estou no 324º lugar,
atrás de mim tem os haitianos, os burundistas, e os somalis, e bem lá no finzinho
me disseram que tem um cara de Alagoas.
- Mas quando chegar a sua vez o senhor acha que vai explodir
numa boa?
- Não sei. Pros filhos de ricos eles botam explosivos de
primeira classe. Coisa comprada dos americanos. Pra nós, os pobres, é tipo Fogos Caramuru. Umas cabeça-de-nego que
dão chabú e você explode pela metade.
- Se não fosse homem bomba o que o senhor gostaria de ser?
- Brasileiro. Gostaria de morar no Brasil, no Rio. Me
disseram que as coisas lá funcionam muito bem, sem pistolões. Que tem lugares
muito democráticos e mais refinados, nem precisa de pistolão: tem a Lagoa, o
Aterro do Flamengo, o Complexo do Alemão... Aqui não, aqui quem não tem padrinho
explode pagão. No Brasil é diferente , né?
explode pagão. No Brasil é diferente , né?
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