18 julho 2015

O Dia em Que Comeram a Mulher do Companheiro


- “Comi!
- Não comeu!
- Comi.
“ Não comeu!
- Comeu ou não comeu?
- Comi.
- Questão de ordem: se comeu, comeu quando?”

Esta era a acalorada discussão “revolucionária” que se desenrolava num “aparelho” comunista  com a presença dos 20 militantes da base do Partido, e mais o assistente da Direção Municipal, e o enviado especial do Comitê Estadual . Isto em plena clandestinidade da Ditadura Militar, reunidos pra apurar se havia realmente sido desrespeitado o dogma estalinista  de que: “mulher de companheiro é homem”,  e se haviam ou não  “papado” a mulher do Galindo.

Galindo era o mais novo membro do Partido, estava com 15 anos. Um galinho garnizé. Todo emproado , orgulhoso da sua virilidade nascente.
Havia conseguido cair nas graças de uma viuva. A “moça” deveria ter por volta de 50 anos. E ele, 15.Ela morava no mesmo bairro e dava a ele vida boa, e sobretudo sexo para saciar o testosterona que dirigia agora suas emoções.

Galindo havia conseguido sua “coroa” e estava muito vaidoso de si. Chamava-a de “minha mulher”, como se fora sua esposa de fato.

No dia em que Galindo abriu a guarda, o companheiro Raposo foi   à casa da dita senhora, com a desculpa de levar um recado do “garnizé” e amanheceu ao lado dela com café servido na cama e massagem nos pés.

Galindo armou tamanho escândalo sexo-político, para esclarecer se Raposo havia comido ou não a dita senhora.

Galindo negava-se a  acreditar no fato. Seria a destruição de sua vaidade viril , a quebra da sua “fantasia amorosa”.
Daí o diálogo na “seríssima reunião” que se estendeu por horas: 

- “Comi!
- Não comeu!
- Comi.
- Questão de ordem: se comeu, comeu quando?”

A querela findou-se quando Raposo desabafou:
- “Comi 5ª feira  á noite. E provo : ela tem uma pinta na coxa, e na hora H me chamou de “coelhinho” e sussurrava  :Come alface coelhinho, come.”

A reunião virou uma zona!  Galindo atracou-se om Raposo, e na confusão formada quem mais levou porrada foi o velhinho do Comitê Estadual, afinal ele já estava acostumado a levar porrada desde a Ditadura do Getúlio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe um comentário.