A Diversidade Política dos Artistas e Quejandos

 

O ator Talma, revolucionário francês de 1789

Nos últimos dias os eleitores de Dilma tem ficado estupefatos com declarações anti PT, anti Dilma,  anti Lula, anti povo, com a posição política de  alguns artistas e esportistas.

Não há razão para surpresas.

Os artistas e esportistas que tem se pronunciado desta forma nunca tiveram envolvimento ou atuação política. Nunca participaram de campanhas. Nunca foram filiados a partidos. Nunca foram chamados a público para dizerem o que pensam, se é que pensam.

Quando Ney Matogrosso se pronunciou politicamente na vida? Não me recordo.

Quando o Latino sugeriu ter alguma consciência politica?

E o carinha do Rappa que eu nem lembro o nome?

E Ronaldo com seu inexplicável pânico de 98?

E as "viuvas de preto" juntas numa foto que lembrava-nos aves de mau agouro?

Tudo gente que nunca se arriscou a sair à luz antes. Porque antes os pobres não os incomodavam. Porque antes os aeroportos estavam só pra eles. Antes só eles podiam fazer cruzeiros de navios.Antes não tinha rolezinhos nos shoppings.

Porque antes era bom ter o povo no cabresto, dócil, seguindo a elite "intelectual" como gurus. Antes a Vênus Platinada era monolítica, e não se ouvia os gritos de "O Povo não é Bobo".

E aquele poeta com seu poema sujo que veio de chororô pra não perder o cargo federal na era FHC? Fez até manifesto pra continuar.

Então, eu pessoalmente acho muito normal que sejam essas pessoas que se posicionem desta forma.

Duvido que chegue a tal ponto para alguém, ao contrário, longe disso,   mas quanto valeria -  se algum interessado fosse pagar -  quanto valeria uma crítica á Dilma num programa de auditório de Domingo na TV?

Ou uma frase anti PT num tuiter com 5.000.000 de seguidores?

Mas não se trata disso. Isso não existe, não é mesmo?

Trata-se na verdade  do direito democrático das pessoas se manifestarem. Porque de alguma forma os 12 anos de governo popular e democrático estão doendo ou  no bolso deles, ou  na consciencia deles, ou no dia a dia deles. OU em tudo isso junto.

Artistas são instáveis, emocionais, e sobretudo confusos: trabalham para o povo, vivem como classe média e desfrutam do status burguês.Pertencem às tres classe sociais no mesmo instante.

Só isso já dá um nó na cabecinha da turma.

Instáveis podemos mudar de posição política só porque não encontramos determinada marca de leite no supermercado. (risos). O Governo leva a culpa da láctea frustração.

Estávamos muito acostumados desde a luta contra a Ditadura como se todos os artistas fossem progressistas.

Mas não é bem assim. Desde a Revolução Francesa- ao menos - sempre existiram os que bajulavam e defendiam os aristocratas, os artistas parasitas da Corte,  e os que lutavam nas barricadas cidadãs.

Mais recentemente:  vocês acham que Mario Lago, Jorge Goulart e Nora Ney - apenas para dar alguns exemplos - tiveram vida fácil? Eram unanimidade entre  aqueles artistas que queriam apenas usufrir das benesses  esmigalhadas que caíam das mesas dos poderosos?

Foram muitas vezes dedurados à repressão pelos próprios colegas.Nós, os mais antigos, sabemos inclusive os nomes dos dedoduros da época.

Temos que aprender a conviver com isso: com o momento da diversidade democrática,  seguir em frente e contar com os nossos.

Afinal já dizia o dito popular: antes só que mal acompanhado. Ou: os cães ladram e a caravana passa.