Meu amigo Maurício Manfrini, o Paulinho Gogó, excelente cômico popular, veio a público esta semana para no seu tuiter digitar:""Agradeço ao Diretor do Zorra Total Maurício Sherman pela homenagem ao Paulinho Gogó no programa do Zorra de hoje. o Sherman é boa 'Praça'".
Nesta tuitada com muito bom humor ele relata que há no Zorra Total um personagem que seria imitação do dele.
Há dois meses o comediante Marcelo Médici fez a mesma denúncia do "Zorra Total" sobre o uso de um personagem similar ao "Sanderson", personagem que ele mesmo já fez em vários prpogramas. Inclusive no próprio "Zorra".
Essa "garfada" tem sido muito comum na área. Há tempos. Há quem diga inclusive que muitos dos textos de Shakespeare não eram dele, e sim "roubados" de outros autores da época.
Eu, ingênuo, novo ainda na profissao, achava que isso não acontecia. Até que aconteceu comigo, não uma, mas diversas vezes.
A primeira vez estava em cartaz no Teatro Delfin, no Rio, com um show de humor. E a cada domingo uma piada não "pegava", o público que rira tanto dela no domingo anterior, naquele não ria.
Até que num domingo, ao final um espectador disse-me: " - Aquela piada que o sr. contou eu ouvi em casa antes de vir para o teatro, nos "Trapalhões".
Alguém, não posso saber quem, foi ver meu show, catou as piadas que lhe interessava e a cada domingo usava uma nos "Trapalhões". É a tal ética de que "piada não tem dono". Parecia ao público que eu é que havia pegado a piada deles.
Há poucos anos montei com meu grupo e com relativo sucesso no Rio o a peça "Viva o Cordel Encantado". Foi o suficiente para que em seguida a Globo lançasse a novela "Cordel Encantado", e pra cúmulo do bom humor com a personagem da Claudia Ohana chamada de "Benvinda".
Procurei a advogada ( O Grupo Cordel do Fogo Encantado já havia feito o mesmo) que me disse que não há plágio em títulos, desde que o conteúdo seja diferente. Ficou por isso mesmo.
Há alguns anos traduzi e adaptei um Moliére para teatro. Montamos, e foi um sucesso. Passado uns tempos o produtor remontou com outro elenco o meu texto mas assinando como autor e adaptador um dos maiores dramaturgos de comédia do Brasil.
A muito custo consegui que o renomado autor reconhecesse como meu o texto registrado na Biblioteca Nacional em meu nome, e pudesse eu receber meus direitos.
Depois o mesmo produtor - falecido o renomado autor - remontou com uma senhora, já ida nos anos, atriz e diretora assinando a autoria e adaptação do mesmo texto.
Procurei a advogada e ela me disse que eu poderia até ganhar a causa, mas levaria tantos anos na Justiça que no final eu ganharia mas não levaria.
Houve até o caso - este eu considero o auge da malandragem - de um outro grande redator de humor também já falecido, a quem encomendei que me escrevesse um show e tres dias depois ele me entreou o texto pronto. Surpresa quando descobri que era o texto de um show que eu havia feuito 5 anlos antes.
Desde a Constituição Cidadã de 1988 os Direitos de Autor passaram da esfera da Polícia Federal para a Justiça Cível. Ou seja: você pode processar mas leva tanto tempo e tantos gastos e ao final o réu pode não ter nem bens para penhorar ou com que pagar.
Então amados, é assim que funciona um lado do negócio de shows, o show business.
Isso pra não falarmos do Canal Viva, que não paga a ninguém nenhum centavo pelas reprises do que apresenta diariamente na TV paga.
Mas este assunto já está longo demais... vale maior agilidade da Justiça e uma discussão Legislativa.
E o mais intrigante é o tanto que a Dona Rede Globo defende a propriedade intelectual e cultural de suas produções... Muita hipocresia...
ResponderExcluirO pior é quando a cópia faz sucesso e o próprio autor é considerado o plagiador por não ser conhecido!
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