José Amaro dos Santos é um taxista carioca. E como milhares - milhões, - de cariocas, exposto à violência e jogado à Insegurança Pública.
Pois foi numa dessas tardes outonais que José Amaro foi
assaltado durante o trabalho. Dois passageiros tão bem trajados que ele julgou
que poderiam até ser dois deputados, eram na verdade dois assaltantes.
- “O que vem a dar quase no mesmo”, disse minha mulher chegando revoltada do supermercado.).
Roubaram a féria do dia de José Amaro , e levaram sua carteira com todos os documentos. Mas deixaram o táxi dele.
- “O que vem a dar quase no mesmo”, disse minha mulher chegando revoltada do supermercado.).
Roubaram a féria do dia de José Amaro , e levaram sua carteira com todos os documentos. Mas deixaram o táxi dele.
Mais adiante assaltaram outro táxi e levaram o dinheiro e o
carro, que foram abandonar horas depois em local ermo. Nem tão ermo que a
polícia não encontrasse o veículo roubado e dentro dele os documentos de José
Amaro dos Santos.
Aí continuou o calvário de José Amaro. Recebeu uma ligação
da delegacia informando que encontraram seus documentos e que ele deveria comparecer
lá. Alegre com a notícia ele foi pra lá, de boa.
- Depoimento? Mas como?
- O senhor sabe que foram encontrados seus documentos dentro
de um carro roubado?
- Sei, sim, eu vim busca-los.
- Não é bem assim...
- Como ?!
- O senhor é suspeito de ter roubado o carro.
- Mas como suspeito? O roubado fui eu, tenho o boletim de ocorrência
do roubo dos meus documentos.
- É... mas seus documentos foram encontrados dentro de um
carro roubado...logo...
--- Logo o que? Eu fui vítima, tá aqui o BO.
- É...mas seus documentos estavam dentro de um carro
roubado... Repetia o policial num monocórdio
psicopatês…
- E daí? EU FUI ROUBADO!
- O senhor está nervoso!
- E não é pra estar?
- Isso é culpa!
- Culpa é o cacete! Eu sou a vítima. Parem com esse jogo de
maluco!
Aí o bate-boca esquentou, cacete prá lá, cacete prá cá, até que a palavra final ficou com
a Autoridade:
- Você está me desacatando. Está preso por suspeita de roubo de carro e desacato à
autoridade policial.
Ainda bem que a família do taxista depois de dois dias de procura conseguiu
encontra-lo no xadrez, e com um advogado libertou-o do “estado islâmico”. Mas ele
continua respondendo processo por roubo e desacato.
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