06 maio 2016

O Que é Mais Difícil: Fazer Rir, ou Chorar?


Quando rir, ria com toda a sua alma e o mundo brilhará para você.

Fazer rir ou fazer chorar? O que é mais difícil?
Esta é uma pergunta que me fazem sempre. E a considero um equívoco.
O antônimo do Riso não é o Choro. É a Culpa.
É a angústia do castigo no porvir.
É a ameaça poderosa que faço ao meu Próximo, à alma infantil do meu Outro, torturando-o com a ideia de que um castigo medonho, como ele nunca provou — pura fantasia —, pode desabar sobre ele por pecados e transgressões desconhecendo a possibilidade do perdão que pacifica a dor.
Tolher o riso no outro é simples: faço-o mergulhar no mais profundo das suas trevas primais; aceno-lhe com a possibilidade de ter de encarar seus demônios abissais — frutos de seus sentidos eróticos- e a criança que é o outro para de rir, fica séria, está a um passo do choro, da dor, do drama e da tragédia, que não está no próximo mas em si mesmo, e que, por perversão e prazer mórbido, não divide com ninguém, carregando — ou se propondo a carregar — toda a tragédia da Humanidade sobre seus ombros. Aí, chora! O choro é um pedido de perdão aos seus medonhos torturadores internos.
Não há nada lá fora. Tudo está dentro de nós: a culpa, o medo, o choro, a doença e a cura, a alegria e o riso.
O riso é o perdão que cada homem, com sua erótica — vital — humanidade, porta consigo.
Porta da vida.
Porta aberta a si mesmo e ao outro. Assim a pergunta inicial se transforma: “O que é mais difícil? Perdoar ou culpar? Aceitar ou condenar? ”

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