31 janeiro 2016

Vivemos Sob o Signo do Medo



Qual de nós hoje vive sem medo? Do macro ao microcosmo toda a nossa sociedade está estabelecida entre outros valores, sobre o medo.
Há um medo constante de uma guerra nuclear em qualquer caça abatido. Um medo de pandemia virótica que pode arrasar a raça humana; o medo de que um corpo celeste caia sobre a Terra levando à nossa extinção. Estes medos são os que chamo do macrocosmo.
Há os medos do microcosmo: da bala perdida; do câncer; da perda de afetos; do desemprego; do escuro; do assalto; das tempestades...basta citar os medos acima para imaginarmos que já são suficientes para marcarem nossa existência.
O medo nasce em nossas mentes, mas creio que depois da mente ele se aloja em pontos do nosso corpo e nos envenena dia a dia. Há inclusive, entre muitas terapias que visam desfazer os “nós” que o medo e a raiva criam em nossos corpos.
Isso pra não falarmos da mágoa e do ressentimento, estes sim o grande veneno mortal.
Voltemos ao medo. Quando somos crianças há uma mãe pela qual gritamos sempre que temos medo. A figura feminina, até mitológica, da Mãe está sempre presente, mesmo quando não está fisicamente ao nosso lado.
- Manhêêê!!!
Berra a criança diante de qualquer ameaça. E a mãe estará sempre ali.,
Quando crescemos, vamos nos afastando deste princípio materno que nos protege como as asas de uma galinha o faz com seus pintinhos.  Esquecemos da mãe protetora, que deveria estar internalizada em cada um de nós, mesmo que a mãe real já tenha falecido, ou esteja tão idosa que ela é que precisa de nossa defesa.
E neste esquecer da mãe interna, esquecemos da mãe externa. Homens e mulheres do Planeta todo desprezam a grande mãe protetora: a Mãe Natureza. E sem a Mãe o medo se apossa de nossos corpos e mentes.
Para os mamíferos o antídoto do medo é a raiva. Então navegamos entre o medo e a violência em cada um de nós. Órfãos na tempestade. Vendo em cada outro um agressor, e agredindo o outro para defender-nos dos fantasmas infantis que trazemos ainda hoje.
Voltarmo-nos para refazer a relação com a Natureza, com a grande Terra Mãe, é uma forma de curar esta doença do medo. Afinal foi ela que recebeu nosso corpo quando aqui chegamos e será ela que   vai acolhe-lo quando daqui partirmos.

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