23 janeiro 2012

RECADO RÁPIDO A QUEM COMENTA NO MEU BLOG

Uma pessoa me repreendeu porque não publiquei seu comentário. Perguntou se eu só aceito bajuladores. Não se trata disto.Não publico comentários anônimos. Se vc que me mandou este recado mais uma vez  como "Anônimo"  preencher o seu e mail e nome eu publico. Ok? Abraços

20 janeiro 2012

A LAÍS JÁ PODE CASAR


A PROVOCAÇÃO BABACA

Estes dias, como todo brasileiro, postei, comentei sobre o acontecido no BBB12, e procurando sempre  melhorar a discussão: não se trata tanto de discutir se houve estupro ou não; se estavam bêbados ou não.

Tivemos até constrangimentos nacionais tendo que ler, e ver na mídia o depoimento do rapaz dizendo que não houve nada porque o bilau dele não subiu.

Triste País que discute se o pau de uma emergente subcelebridade subiu ou não.

A discussão básica deveria e deve se dar na questão da qualidade ética e estética, moral e de utilidade pública que tem este programa.

Incentivo a bebedeiras, apologia do álcool, incentivo à sexualidade  e à promiscuidade, apologia narcísica do corpo para consumo como objeto...estas são as questões que deveriam estar no foco da discussão.

É claro que juntadas às questões de racismo, abuso sexual etc. etc. Mas discutir a própria essência da nossa sociedade do "entretenimento" que na busca desesperada pelo IBOPE usa de qualquer artifício, usando concessão pública para invadir nossas mentes e lares, transformando a Nação em valhacouto da licenciosidade.

Discutir o possível estupro, ou racismo é desviar  o foco da discussão maior: que mídia merecemos?
E no meio disso tudo me aparecem uns babacas pra me dizer que a Record fez maior mal ao País falando nisso o dia inteiro, divulgando a notícia do estupro etc. etc. . É uma inversão que só pode partir da cabeça de quem há 40 anos é manipulado por uma mídia alienada e alienante. O transgressor é inocentado e quem divulga a transgressão é culpado?

Os dois ou três babacas que tentaram me provocar a partir disto tomaram bloqueio na hora, tolerância não significa que tenha que concordar ou acoitar este tipo de gente.

Tudo que postei fiz como cidadão indignado,de há muito com este tipo de apelação. Em momento algum mencionei a rede Record ou qualquer outro meio de comunicação. Fiz pelo meu direito cidadão de protestar, opinar, independente de quem mais esteja no barco.

Minha individualidade e liberdade de pensamento é assegurada pela Constituição.

Destino de babaca nos dias de hoje no Brasil é o Canadá.

Menos a Luisa, que já sacou isso e já voltou. (risos)

08 janeiro 2012

ÚLTIMA SOBREVIVENTE DA CELA 4



Morreu, aos 102 anos, Beatriz Bandeira, a última sobrevivente da famosa cela 4 – onde foram presas, na Casa de Detenção, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, as poucas mulheres que participaram da revolta comunista de 1935 no Brasil.
Foi na cela 4 que ficaram confinadas Olga Benário (esposa do líder da intentona, Luiz Carlos Prestes), a futura psicanalista Nise da Silveira, a advogada Maria Werneck de Castro e as jornalistas Eneida de Moraes e Eugênia Álvaro Moreyra.
Por conta dessa passagem, Beatriz virou personagem de livros como “Memórias do Cárcere”, o relato biográfico de Graciliano Ramos, que também esteve preso por causa da revolta.
Pouco antes, como militante comunista e da Aliança Nacional Libertadora (ANL), Beatriz conheceu seu marido, Raul Riff, ser jornalista, que viria a ser secretário de Imprensa do governo João Goulart (1961-1964). Com ele se casou três vezes.
Os dois foram exilados duas vezes. Em 1936, depois da libertação, foram expulsos para o Uruguai. Em 1964, após o golpe militar, receberam abrigo na Iugoslávia e, posteriormente, na França.
Ao regressar ao Brasil, Beatriz continuou a militância política nos anos 70 e 80. Foi uma das fundadoras do Movimento Feminino pela Anistia e Liberdades Democráticas, que lutou pelo fim da ditadura no País.
Beatriz nasceu em uma família positivista. Seu pai, o coronel do exército Alípio Bandeira, foi abolicionista. Militar, trabalhou no Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e ajudou o Marechal Cândido Rondon na instalação de linhas telegráficas no interior do País e no contato com tribos isoladas – Alípio liderou o encontro com os Waimiri Atroari em 1911, por exemplo.
Além de militante política, Beatriz foi poeta (publicou “Roteiro” e “Profissão de Fé”) e professora (foi demitida pelo regime militar da cadeira de Técnica Vocal do Conservatório Nacional de Teatro). Também escreveu crônicas e colaborou para o jornal A Manhã e as revistas Leitura e Momento Feminino. Há dez anos ela contou um pouco de sua história em uma entrevista à TV Câmara.
Beatriz morreu na noite de segunda (dia 2) após um AVC. Foi enterrada no final da tarde de hoje (dia 3) no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
Uma nota pessoal
Beatriz Bandeira Ryff era minha avó. Nos últimos anos de sua vida centenária a senilidade tinha lhe tirado totalmente a visão. Ela quase não falava e mal se comunicava com o mundo.
Há uns dez dias, fui visitá-la levado pelo meu filho de 8 anos que queria dar um beijo na “bisa”. Encontramos ela mais presente do que em todas as visitas nos anos anteriores. Chegou a cantarolar algumas músicas que costumava embalar o sono dos netos quando pequenos, como os hinos revolucionários “Internacional”, “A Marselhesa” (embora ela também cantasse obras não políticas, entre elas a “Berceuse”, de Brahms).
Ao me despedir, perguntei-lhe se lembrava o trecho do poema “Canção do Tamoio”, de Gonçalves Dias, que ela costumava recitar. Ela assentiu levemente com a cabeça e começou, puxando do fundo da memória. Foram suas últimas palavras para mim.
“Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos,
Só pode exaltar.”
(“Canção do Tamoio”, Gonçalves Dias)