26 fevereiro 2018

Xexéu, O Desgraçadinho






Xexéu agora conhecido no mundo inteiro como o Vampiro Alegórico, era a pessoa mais desgraçada do mundo. Era mesmo desgraçado, Aquele que perdeu a graça.
Não percebia que as pessoas riam dele, não porque fosse cheio de graça, mas porque   era ridículo,  mais ridículo que um camelo de gravata no plenário da Câmara.

Até que um dia na Churrascaria o Leitão Corrupto, na capital da Uberlíndia, vendo sua figura abjeta refletida na água amarela do vaso pensou que estava com febre amarela, mas não, era a sua figura amarelada que  não tinha nenhuma graça.

Xexéu agora cônscio de sua desgraça, mandou um tuiter para seu conselheiro. Todo desgraçado, desde os tempo de Calígula tem um conselheiro desse tipo. No caso de Calígula era um cavalo. No caso de Xexéu, tão desgraçado que era  poderia ser uma mula. Se a mula de Balãao falou  porque ele não poderia também ter a sua mula conselheira? Contentou-se com um jumento aposentado.

Xexéu estava apoplético, e tuitava sem cessar chutando os jaburus que ciscavam no quintal de casa:- Preciso recuperar a graça.
 
Como se graça fosse coisa que se compra nas Lojas Atacadistas ou se conserta numa autorizada coreana .
Graça é dom, muito embora Waldomiro Postiago – uma espécie de bispo do Beto Carrero Show -  esteja vendendo quilos de graças  em sachês abençoados divididos em 4 prestações.

Xexéu resmungou: - O que fazer? Citando Lenin.

Que tal uma partida de gamão?  Ou participar de um concurso de misse na televisão?Essa sugestão foi dada pelo Coelho de Alice no País das Maravilhas, que tinha assento cativo no Conselho do República da Uberlíndia.
Um senador careca e golpista lembrou: já desmontamos a Uberlíndia quase toda e ele continua mais sem graça que bife de espinafre. Tenho horror a comida vegana aparteou seu colega de bancada enquanto reclamava da tornozeleira que lhe apertava o calcanhar.

O jumento aconselhava:  - Precisamos intervir para mudar esta situação.
Uma intervenção ?
Mas ele havia feito  uma recentemente, no bilau.
Mas não era esse tipo de intervenção. Tinha que ser  uma intervenção militar!
- Ah, isso mesmo: estamos precisando uma intervenção militar na saúde pública, porque está uma merda!
-  Não!
-Então uma intervenção militar na  educação, tá falida.
- Não abestalhado.
- Então uma intervenção militar para  geração de empregos. Zurrou o jumento, cujo irmão era um burro de carga trabalhando 22 horas por dia em cinco empresas diferentes no tal  trabalho temporário.
- Porra tu és um jumento mesmo.
- Uma intervenção militar na segurança. Disse Xexéu a esta altura travestido de Átila o rei dos Hunos, fantasia que esperava desfilar na Tuiuti o próximo ano.
- Mas porque intervenção na segurança? Perguntou o jumento.
- Tem bandidos demais, a concorrência aumentou muito, e nem o pessoal do morro nos respeita, e com a intervenção   o povo amedrontado  vai nos agradecer.
- Sei...intervenção militar na segurança. Então vamos prender a nós mesmos?
- Nós não, nós somos a elite de salto alto. Só para ladrões pés de chinelo.
O jumento enlouqueceu. Falava mais que papagaio no cio: Mas com que dinheiro? Com que orçamento?  Qual o planejamento? E quem vai fechar as fronteiras pra não entrar arma? E a corrupção policial? Não vai mexer nos comandos?  E o preparo técnico dos agentes? Na maré nós já gastamos quase dois bilhões e não resolveu nada, a maré continua brava, disse o jumento que era também especialista em enchentes e vazantes de marés, pois tinha um aplicativo pirata de cartas náuticas.
Tomou logo um esporro de Xexéu.
- Porra tu não és um jumento, tu és uma mula sem cabeça. Por isso que a Uberlíndia está nesta merda. Decreto logo a porra da Intervenção militar, a mídia aplaude,  a classe média adora, as panelas vibram nos rabos, os rabos desviam o foco da corrupção para a segurança, Lula vai preso,  a Lava Jato vai pro espaço e salvo minha pele, e com sorte ainda fico mais alguns anos tomando sorvete Daagen Hass,  tu  não entendes nada de política !
- Mas...?
- Não tem mas nem menos ,  e na verdade a  segurança é o de menos. Boto a tropa na rua , depois a gente vê que merda vai dar.  No mínimo vai ser muito decorativo.


20 fevereiro 2018

A Intervenção Miulitar e a Louca Paixão de Adolfo, o Mito





Naquele dia Adolfo, o Mito,
também conhecido como Adolfinho Zero Zero, ele gostava de numerar as pessoas, ele era o Zero Zero, seus filhos os números 1, 2 e 3 . A única filha não era numerada pois não podia ser quantificada. Numa palestra na Associação dos Cortadores de Grama de Elói mendes, em Minas Gerais ele dissera que mulheres valiam menos que um molho de brócolis, e fora muito aplaudido.

Adolfo teve conhecimento da Intervenção Militar no Rio de Janeiro.
 E indignou-se, vale dizer que ele não era homem de  se indignar com qualquer coisinha como direitos humanos, uma atendente de telefonia celular,  ou um escorpião numa lata de coca cola.

Na mesma hora que soube da notícia para surpresa geral Adolfinho proclamou que era contra  a intervenção.
Oh, um ohhh prolongado oooooohhh ouviu-se por toda a nação. Logo ele era contra a intervenção militar já?

O motivo era lógico, o feito tirava dele o protagonismo de ser o herói que montado numa metralhadora, na passarela da Rocinha e aplaudido por um milhar de especuladores do dinheiro alheio iria disparar sobre os trezentos mil moradores pondo fim junto com eles à bandidagem. Sua fórmula era perfeita: panfletos dando um prazo e depois, a metralha.
E agora vinha este general atrapalhar seus planos, tirar dele a gloria de  acabar com os bandidos pés de chinelo do Rio de Janeiro.

E isto logo naquele dia que Adolfo acordara de péssimo humor, o que aliás era comum no seu cotidiano depois que sua mãe fora atropelada e morta  por um avião Constelation da Panair do Brasil   ao atravessar a Rua Domingos Ferreira, no Leblon.
O avião, descontrolado desde a falência da empresa ficava à espreita atrás de bancas de jornais e hidrantes, à espera de senhorinhas míopes e mancas.  Agenitora de Adolfo possuía estas duas qualidades era míope e manca.

Preso em flagrante por um meganha que na hora de folga estava dirigindo um UBER o  avião declarou no Tuiter – o depoimento foi dado no tuiter porque o governo não tinha verbas para papeis – o avião confessou que seu prazer era atropelar senhorinhas do Leblon numa vingança contra as novelas de Manoel Carlos que ele detestava desde que era criança, quando ainda era um DC3 da Real Aerovias. Ainda assim há controvérsias.

Mas o assunto é Adolfo, o Garnizé de Realengo, não confundir com o Galinho de Quintino.
Irritado com a Intervenção que lhe tirava o brilho, sua raiva hedionda transformou-se em gula, uma gula ansiosa que o levou a comer 12 pratos de  de ravióli frios no Sporreto. O ravióli era sua paixão. ele dizia que o ravióli do sporreto ficava melhor depois de frio.  A massa pesou e ele foi fotografado dormindo de boca aberta no trabalho. Dormiu e sonhou, um sonho  épico que virou pesadelo. No sonho ele era o Imperador da Uberlíndia. Coroa na cabeça, faixa ao peito, uniforme de Napoleão,  Mas quando no sonho  se preparava para apertar o gatilho da metralhadora os comunitários, de cima da criminosa colina jogavam merda fresca sobre ele. Quilos e quilos de merda, toneladas, enquanto gritavam: seu filho de uma mula manca.

Acordou com uma azia imensa, e cheio de gases, eram tantos gases que pensou em reinventar o zeppelin.
Amaldiçoou a Intervenção, dizendo que era coisa de comunistas fabianos, e o que o irritou mais no sonho não foi a merda, ele já estava acostumado , era a sua essencia, mas chamarem sua pobre mãezinha, vítima de atropelo aéreo urbano,  de mula manca foi o que mais o incomodou.

Foi pra casa mas não conseguia dormir  só depois que pegou sua 45 desceu na portaria do prédio e disparou 6 tiros na cara do porteiro Waldir aos berros de : Morre nordestino filho da puta, todo nordestino vota em Lula. Morre comunista mossoroense. O rapaz nem era de Mossoró, era de Currais Novos, mas isso não vem ao caso, já que para ele todo nordestino era sempre culpado.

Ele passara a ter este conceito desde que quando ainda soldado, tirando serviço na madrugada em Curitiba,no meio da bruma excitante,  viu-se atraído sexualmente por Rosenildo Araújo, também conhecido como Sariguê, o Gambá,  do Sertão,  nordestino de Sobral, eleitor de Ciro Gomes  e  gay assumido. Rosenildo, um metro e 62 , calvo, peito cabeludo, pernas arqueadas, com um leve odor de bode no cio, ocupou de imediato o lugar da sua paixão por raviolis frios. Paixão na hora. Mas Rosenildo Sariguê era volúvel   e após o ato o abandonou trocando-o pelo pastor alemão Marco Feliniano.  

O Dr. Luiz Effelberg Alfredo, psicanalista da linha Central- Santa Cruz   explicou o sucedido: paixão recolhida que na andropausa transformou-se em homofobia,  e  o tornara também nordestefóbico com a paranoia focada na erva santa de Joazeiro. Quem sabe o Santo Daime... disse ainda o psicanalista antes de levar uma azeitona no meio da testa.

Mas nada adiantou para melhorar o dia de Adolfinho. Continuava de péssimo humor, resmungando nomes estranhos  de mulheres à revelia: Jandira,  Manuela, Gleisi,  Olga Benario,  foi quando numa esquina encontrou sua vizinha Maria Bispo do Rosário, aí ele aliviou sua raiva: Só não te estupro porque você é muito feia!

E saiu correndo gargalhando histérico  pelas ruas até o consultório do seu médico, o Dr. Calighari, que havia sido médico de Mussolini, Hitler,  e do General Eisenhower, e agora responsável pelo desentupimento do pinto   do Vampiro da Tuiuti.

O Dr Calighari deu-lhe umas pílulas de vida do Dr Ross para acalmar seus nervos e seus intestinos que exalavam os resultados de 12 pratos de raviólis frios.
O Dr disse-lhe enquanto cortava diligente a unha do dedão do pé esquerdo:
- Já vi muitos exércitos, muitas manobras militares, não se aborreça com isso não, deixa isso pra lá. Isso é só uma gambiarra, vai dar em nada. Lembre-se dos Dardanellos.
Adolfo pensava que dardanellos era um tipo de chocolate recheado.

- Desiste desse negócio de ser Salvador da Pátria e parta em busca da sua felicidade , do seu eu interior.
Vale dizer que Calighari depois de tentar ser condutor do metrô de São Paulo tornara-se  discípulo de Prem Baba.
- Alegria! Parta agora mesmo numa van da linha Moema Vale das Pedrinhas, diga ao condutor a senha: Miriam Makeba, se nõ colar tente a senha Jean Willys,   e vá em busca de sua grande paixão: Rosenildo Araujo, o sariguê do sertão.

15 fevereiro 2018

Cristiane Uberlíndia, o Ministério, e o Carrinho de Rolimã





Em novembro do ano passado a sempre jovem e bela Cristiane Uberlíndia pediu a seu papai: de Natal quero um carrinho de rolimã e um ministério.Desde os três anos de idade quando fora abduzida pelos ets cinzentos e teve implantado um chip feito para os habitantes do Planeta Herpes, não adequado para  a Terra.


Desde antão Cristiane desenvolveu uma compulsão por carrinhos de rolimã. A tal ponto que inda adolescente foi encaminhada para reabilitação ao lado de Robério Jucá, quando num átimo de intrepidez se apossaram do carrinho de rolimã do filho do Prefeito de Gotham Rio que utilizava este veículo para ir aos cultos diários . O menino botou a boca no trombone, berrou tanto que teve de volta seu carrinho. Para tratar o trauma do menino seu pai, o Prefeito de Gotham,  prometeu que jamais iria à Sapucaí enquanto o primogênito – eles eram egípcios e por isso usavam chama-lo de primogênito mesmo não sendo- enquanto o primogênito não parasse de gritar Viva Bolsonaro cada vez que via uma foto de Cristiane na Imprensa.


Cristiane esperou com ansiedade o Natal e a figura carinhosa de Papai Noel que traria seu carrinho de rolimã.
O Natal passou e nem carrinho chegou.


- Papai cadê meu carrinho de rolimã e o ministério?


- Filha o Ministério está garantido, disse seu pai enquanto lia com atenção uma edição do Correio da Manhã , datada de 23 de agosto de 1967. Ele lia jornais velhos por saudável hábito, pois descobrira que era uma forma de recusar a existência do tempo. Ele detestava Einstein e cultuava Fernandinho Beira Mar.


- Mas e o carrinho? Porque Papai Noel não trouxe?- Porque aquele velho teve uma pneumonia. 


Papai Noel soube-se depois havia gasto 600,00 numa vacina contra a pneumonia mas nem assim funcionou, aliás nada funcionava na Uberlíndia, País de onde Cristiane achava-se no direito de ter  um Ministério e um carrinho de rolimã, profetizados por  Mãe Diná do Baixo Gávea que finalizou com um célebre pedido: "e não me enche mais o saco menina chata!"


- Mas papai, porque  a vacina não funcionou?


O pai que era muito pragmático, sobretudo no que dizia questão a velhinhos aposentados respondeu levantando os olhos da parte do horóscopo de Miriam Leitão:- Porque o que mata velho são três Ks: queda catarro e caganeira. Mas seu Ministério já está a caminho.


Passou o Natal, passou o réveillon, janeiro passou, acabou o Carnaval e Cristiane  depois de ter sido fotografada rodeada por duendes gigantes desabafou:- Puta que pariu (Ela era muito fina)  Faz três meses que espero essa porra desse Ministério. E de nada adianta ter um Ministério pois meu sonho de consumo é chegar na posse pilotando meu carrinho de rolimã.


Seu pai chorou, seu choro saiu em todos os jornais, mais pelo carrinho que pelo Ministerio. Apelou para o Vampiro Chef que governava a Uberlíndia:- Preciso com urgência de um carrinho de rolimã.Respondeu o Coisa Ruim:-  Impossível, o último que havia em Uberlíndia eu confisquei para uso do meu filho, o vampirinho incógnito.


E assim segue o baile, três meses e nada de carrinho, nem de Ministério.Cristiane chora todos os dias quando vai comprar amendoim Nakayama Cantina do Colégio, até que um coleguinha perguntou: 

- Porque choras menina bonita.


Vale dizer que Cristiane ouvia nos corredores de sua casa , aplaudida pelos serviçais que ela era mais bonita que Bruna Marquezine. E ela acreditava. Acreditava em duendes numa lancha porque não em serviçais pagos pelo erário?- Porque choras?- Porque há anos espero um carrinho de rolimã.E o coleguinha, arrematou: 

- Serve um mico?


Ao ouvir a palavra Mico o mundo real onde vivia Cristiane desabou e ela como diz o Guru Caboré Ji voltou ao mundo irreal, ilusório, de Uberlíndia e percebeu que estava pagando o maior mico já encontrado na reserva florestal do Pau Furado, que era assim batizada em homenagem ao pinto do Vampiro que fingia governar a Uberlíndia.


Aguardemos para ver como terminará esta saga da bela e jovem Cristiane Uberlíndia. O Ministério? Como diz Crisálida Viegas: 

-  O Ministério que se foda!

14 fevereiro 2018

O Infarto de Plínio Boca de Fossa



O Infarto de Plínio Queixadinha



Plínio Queixada de Araújo, também conhecido em certos círculos como Plínio Boca de Esgoto também é conhecido no prédio onde mora como Plínio Meia Bomba... o apelido ele ganhou de uma empregada da vizinha, uma  que ele paquerou durante anos até que um dia conseguiu adentrar o covil da pantera. Mas era muita areia pro caminhãozinho dele, e a moça além do mais era crente e exigiu que antes de qualquer tratativa ele ouvisse a leitura completa do Livro dos Números,o mais instigante livro da Bíblia, que como se sabe trata do recenseamento número por número da população das doze tribos de Israel no Deserto, duas hora depois contado o último hebreu quando chegou a hora de dizer ao que viera, na hora agá ele bombou. Melhor dizendo não bombou. Ficou meia bomba. Bombé como diziam os antigos. A moça  até tentou usar uma calçadeira, mas nada. Tentou rezar com arruda lembrando seus tempos de terreiro, mas nada.

Um fiasco. Daí a  moça,  contou pra uma amiga, que contou para a patroa, que contou pro marido, que contou na roda de cerveja do play e aí os  três blocos de apartamentos, incluindo o jornaleiro da esquina sabendo quem era  Plínio Meia Bomba.
Na verdade Plínio é um animal pré histórico. Intervenção Militar Já, A natureza determina homem foi feito pra mulher e pronto, nada de diversidade sexual; mas ele diz : não gosto de viados, mas respeito. É eleitor do Bolsonaro, votou  no filho numero 02 para Prefeito; e vai por aí. 

Pois estava Plinio sentado na sua sala a ver pela televisão o desfile das Escolas de Samba quando entra a Paraiso do Tuiuti.
No início ele achou muito interessante aqueles negros acorrentados. “Negro é muito decorativo” disse ele para si mesmo, já  que Plínio viveria na mais completa solidão, não fosse um cachorro depilado que três vezes ao dia ele leva na rua pra prazeirozamente catar a bosta do animal. Prazer gfantástico que preenche sua precariedade intelectual.. Mas à medida que a escola ia evoluindo, a letra do samba...aquelas alegorias...aquelas sugestas político partidárias desfilando na tela da platinada...a pressão de Plínio foi subindo. Correu pra varanda indignado e berrava : Tem que ter escola sem partido! Escola sem Partido! Por isso que Sou  a favor de Escola sem Partido! Ninguém ouviu, o mundo estava de olho pregado aplaudindo a Tuiuti. Começou a girar no meio da sala...não sabia se era a labirintite ou um  exu pedindo passagem...mas o auge foi quando viu aquelas mãos imensas manipulando paneleiros dentro de patinhos amarelos. Aí foi demais, correu ao banheiro a mirar-se no espelho pelas costas para ver se a panela de inox ainda estava bem enfiada no lugar certo, e desabou babando uma gosma patriótica  no chão do corredor. A última coisa que ainda se lembra foi de ver uma constrangida jornalista na tela da tv  e um pessoal atrás cantando vai dar pt vai dar pt.

Seu cachorro, um buldogue francês que é a cara do Heráclito Fortes foi quem o despertou lambendo sua orelha esquerda, a direita ele perdera e não se lembrava onde. Ele tinha uma paranoia: jurava que Leonardo Boff comera sua orelha com grão de bico.
Arrastou-se até o interfone, Waldemiro o porteiro atendeu, mas ele em delírio jurava que estava falando ao telefone com Alexandre Frota:
Me ajuda Alexandre chama uma ambulância.

Está internado na emergência do Hospital Miguel Couto. Chegou insconsciente e foi relatado por suas atribuições  físicas.  A primeira a depor ao policial de plantão oi sua gigantesca hernia que na ficha preencheu o nome como  Janaina a Imprevisível, e de um joanete maior ainda que a hérnia registrado como Ronaldo Fenômeno, eles entre lágrimas explicaram  que Plinio é a favor da intervenção militar. Não por ideologia, mas apenas porque ele se julga parte da caserna. Plínio cursou o Colégio Militar só até a terceira série, mas largou no meio porque fora internado por causa de uma infestação de chatos. Ainda assim Plínio se acha um militar de carreira. Ele diz com orgulho: sou amigo do General Fulano. Mais uma de suas fantasias. Porque na verdade o General Fulano fora colega de turma de Plinio, mas fugia dele como o diabo da cruz, porque ninguém suportava o mau hálito exalado por Plinio Queixadinha, daí um de seus apelidos: Boca de Esgoto.

Não foi o coração, foi prisão de ventre. A panela bloqueou meses de merda e  nenhum médico, nem mesmo os médicos coxinhas se atrevem a tirar a panela dali, pois o Prefeito que agora zela pela segurança da cidade avisou lá de Moscou : pode ocorrer uma fecal explosão apocalíptica.

Um faxineiro do Hospital que desfilara pela Tuiuti deu a solução: se é pra chover merda leva ele pra Brasília e destampa lá.

Viva A Tuiuti