11 maio 2013
A Maldição do Coronel Ustra
Em comum muito mais que os óculos escuros...
Tenho acompanhado as declarações do Coronel reformado Brilhante Ustra á Comissão da Verdade.
Tenho visto como ele nega ter torturado alguém, contra todos os depoimentos que o indicam como torturador.
Tenho visto como ele ataca os que torturou e os que lutaram contra o Estado de Exceção que o Golpe de 1964 impõs ao País.
Política é a arte do possível, e até hoje, infelizmente não foi possível ao Brasil e aos brasileiros punir com o rigor da Lei os agentes públicos que torturaram e mataram durante o Estado Militar.
Ustra, Curió, e muitos outros denunciados torturadores, militares ou policiais civis são apenas esbirros desta Ditadura.
Gente menor na cadeia de comando e ação.
Os grandes responsáveis por todo o descalabro e descumprimento da Constituição de 1946 foram os Generais e Marechais, Castelo Branco, Costa e Silva, Emílio Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo, que acompanhados dos demais generais golpistas comandantes militares, e sem deixar de citar Golbery do Couto e Silva, foram os coordenadores e comandantes do terror contra os brasileiros patriotas e nacionalistas; como foram eles também responsáveis pelo alinhamento imediato do Brasil com os mandos de Washington, e com a política de dominação norteamericana no Cone Sul; são os vendilhões da Pátria como costumava chamá-los Prestes ou Brizola.
Os demais, arraia miúda na escala de poder cumpriam ordens, felizes, heróis das trevas,como é o caso do Coronel Ustra.
É o caso dos generais de pijama que até hoje se levantam contra a verdade dos fatos.
Mas não importa se serão punidos ou não. A maioria já está morta, ou quase.
O tempo os levará do nosso convívio. Do convívio em uma sociedade democrática que eles tentaram, pela tortura e assassinatos, impedirem de existir.
Mas a História já os condenou. Já são eles, e os que levam seus nomes, cobertos pela mancha de terem sido o que foram, de terem feito o que fizeram.
A História já está sendo contada e será contada por décadas e quiçá por séculos.
E nessa História o nome deles já figura como traidores dos ideais humanistas e democráticos. Dos ideais patrióticos e nacionalistas.
Os que eles assasinaram são hoje nomes de ruas, colégios, instituições e são sempre lembrados nas suas datas.
Os que eles torturaram são hoje o Poder: da Presidência da República ao menor vereador ou edil municipal; das cátedras formadoras de jovens, aos militantes incansáveis na luta pelos Direitos Humanos.
Deve ser terrível viverem para ver os que eles maltrataram serem vitoriosos e celebrados.
Mesmo sem punição, como na Argentina , Chile, Uruguai... eles são os grandes derrotados, os grandes punidos.
Seus nomes trarão sempre vergonha, constrangimento e horror.
Seus nomes estarão sempre associados à morte, à tortura, à traição.
Esta é a maldição que pesa sobre eles e suas gerações.
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