28 junho 2016

Quando Sou Fraco é Porque Estou Forte





Os fracos são uma permanente ameaça aos fortes. Assim como o submisso é uma permanente ameaça ao dominador.

Não lembro se foi Nietzsche quem disse que não gostaria de ser forte para não ter que viver sempre sob a ameaça dos fracos. Mas sei que foi Paulo quem disse em carta à eclésia de Corinto que “Quando sou fraco é porque estou forte”.

Não falo dos fracos de espírito, dos fracassados, daqueles que foram tragados pela dominação dos poderosos de forma submissa e fatal.

Falo dos fracos que não detém o Poder que os tornaria fortes, dos fracos que não são os donos do capital, dos fracos que são os excluídos e explorados, dos fracos que não tem dinheiro para enfrentar os poderosos com caríssimos advogados, dos fracos que não possuem as armas... Mas são estes fracos, aqui nominados, que são um constante ameaça aos fortes, poderosos, que lhes tiram o sono e a paz. São estes fracos que dominam as comunidades, as estradas , o entorno,  os caminhos por onde passam os fortes.

São estes fracos que levam os EEUU a gastar bilhões anualmente em repressão aos fracos do mundo.

São estes fracos que de forma permanente pressionam os fortes, apenas com a sua presença num mundo onde pela ótica do dominador deveriam haver apenas os fortes e poderosos. Os ricos e detentores das riquezas.

A fraca doméstica é o terror trabalhista da patroa; o fraco porteiro é o terror da segurança do proprietário; o fraco motoqueiro na porta de uma comunidade pode ser um traficante armado; o fraco querelante ocupa o tempo valioso do forte  questionado; os fracos do mundo consumirão  a água, a comida, os espaços  e muitas das riquezas naturais  que os poderosos gostariam de ter só para eles e suas crias.


Por isso entendo o dizer de  Paulo e Nietzsche: Quando sou fraco é porque estou forte.

17 junho 2016

Na Árvore da Vida Você É Folha ou Fruto?


Guardei a folha como lembrança de um momento único

Estava eu posto em sossego observando a Natureza num dos parques florestais do Rio. Sentado em silêncio vi o cair de uma folha. A Natureza depositou-a suavemente sobre a terra à minha frente. Pouco depois uma manga caiu pesadamente ao solo, esborrachada, aberta, sangrando seu sumo.
E eu estava justamente pensando por que as pessoas boas muitas vezes morrem cedo, de modo abrupto, ou mesmo quando maduras, com muito sofrimento, enquanto gente muito má vive o tempo além do tempo e morre suavemente como a folha que caiu aos meus pés.
É sempre uma pergunta que o povo faz quando morre alguém bom:  - Por que este homem bom morreu assim, enquanto aquele malvado continua vivo e feliz?
É a árvore da vida, percebi… há pessoas que não são frutos. São como folhas estéreis, que se despregam leves e suaves da árvore. Há outras que são generosas, como um fruto suculento. Quando maduras, ou atingidas por um imprevisto como uma tempestade,  desabam dolorosamente sobre a terra.  Mas mesmo assim, por sua generosidade, levam consigo a semente que uma vez na terra gerará mais e mais vida, mais e mais frutos.
Divagação que tive que interromper. Começou a chover. A bendita água caindo generosamente sobre tudo e todos: folhas e frutos, inclusive sobre mim, que enquanto me abrigo da chuva penso se vou ficar ou não pra semente.

13 junho 2016

Ministro Toffoli, Respeito É bom e Todo Mundo Gosta





O Ministro Dias Toffoli declarou numa entrevista que chamar o impeachment de golpe é uma ofensa às instituições.
Não entendo. Foi e é golpe sim.
Por este raciocínio do Ministro dizer, por exemplo, que o Rio não tem segurança seria ofensa à secretaria de Segurança. Dizer que não temos Saúde pública seria uma Ofensa à secretaria de Saúde?
Ministro, depois daquele 17 de abril com o vexame do voto dos deputados pelo impeachment é o Congresso quem nos ofende na sua mediocridade e votando a favor de uma excrecência vingativa de Eduardo Cunha.
Em seguida o Ministério e o atual Executivo nacional é uma ofensa pela quantidade de notáveis com  fichas sujas, condenados, e indiciados, e nos feende e nos desrespeita, e por ultimo um Supremo que não se define e fica julgando pipocas num momento que  o Paí, dividido, em uma crise sem precendetes também não nos respeita e nos ofende, sobretudo quando o Ministro Gilmar Mendes por várias vezes devolve as denúncias do PGR sobre Aecio neves.
Senhor Ministro para ser respeitadas as instituições tem que ter respeito, e isso só se consegue com ações de respeito.
 Senão somos nós que somos ofendidos pelas instituições.

Então, com todo o respeito por Vc. Excia.  termino dizendo que foi golpe sim.

10 junho 2016

Viva a Primeira Mulher do Mundo a Ser Piloto - Uma Brasileira




Nestes tempos em que as mulheres mostram-se muito mais aguerridas e corajosas que s homens - haja à vista suas passeatas  e manifestações, temos quer relembrar a figura de Anésia Pinheiro Machado, a primeira mulher no mundo a obter o brevê de aviação. Brasileira, sim senhor. Orgulho nacional.

Hoje completam-se 17 anos de sua morte no Hospital da Força Aérea no Rio de Janeiro, depopis de uma vida longa e gloriosa, aos 95 anos de idade.

Quantas mulheres de vanguarda este golpe midiático e judiciário está criando neste momento em nosso País? Garotas de 14 anos caminhando pela Paulista e exigindo seus direitos e respeito...em todo o Brasil elas estão nas ruas, formando lideranças de hoje entre as secundaristas e lideranças do futuro no Parlamento e nos movimentos sociais.

Um  abração solidário a odas as mulheres e uma reverência à memória de Anésia Pinheiro Machado.



07 junho 2016

O Fim do Bordão no Humor Brasileiro?


                       Chico e seu bordão : " E o salário, ó!"

Pouca gente percebeu, mas a mudança foi radical: sumiram com os bordões no Zorra Total.
O “bordão” - que ainda encontramos em personagens da Praça da Alegria, é um dos pilares do nosso humor latino que provém da Commedia Dell'arte italiana.

O bordão caracteriza cada personagem de comédia popular. Bordões ficaram famosos por séculos e séculos. Sempre funcionaram enquanto nosso humor tinha por matriz a Península Ibérica e a Comédia Franco Italiana, ou seja, enquanto latinos.

A invasão cultural neocolonialista vinda dos EEU chega arrasando a terra já cultivada. O humor estadunidense não tem bordões. Não tem origem latina. Seguindo esta linha os bordões foram retirados do humorístico na  tela platinada.

Sinal dos tempos, e não há jeito de ser de outra forma. Mas é lamentável que até no humor seguimos o modelo norte americano abrindo mão das nossas origens culturais.

Pra quem ainda não localizou o bordão, por exemplo, o Zebedeu tinha um: “Não me queira mal que eu só sei querer bem. ” O Brasilino que eu fazia na Escolinha tinha o seu: “Só se for na França”. O cômico Zé Trindade tinha um famosíssimo em seu tempo: “O negócio é mulher! ”. Zezé Macedo com Dona Bela tinha o bordão “Ele só pensa naquilo!”.

Assim como um dia a turma da praia de Ipanema determinou que contar piada era brega e as piadas foram desaparecendo do cenário nacional, assim como a turma do Rio determinou que stand up não pode contar piada e as piadas foram sumindo dos shows de humor, agora são os redatores de humor, mais jovens, que determinam o fim do bordão.


Melhor para o humor? O tempo e os costumes dirão. 

"O Senhor è O Famoso Quem?"

O cão era até mais famoso que o Cabo Rusty



Pra  mim não existe frase que retrata tão bem o individualismo e a supervalorização do ego no sistema capitalista que esta frase: O Senhor é o Famoso Quem?
Ela provém do conceito do “ser famoso”. Mas este “ser famoso” para quem usa da pergunta tem por referência uma ideologia e uma mídia mais comprometida com o ter que com o ser.
Também se esquecem as pessoas que formulam tal frase que o casal Nardoni é famosíssimo, e também a Suzane Richtentofen, somando a esta fama o goleiro Bruno e tanto outros. Paulo Maluf também é famoso. Nos EEUU os condenados à morte têm até fã clube de tão famosos que se tornam.
Escrevo isto para que fique claro para os “O senhor é quem? ” que ser famosos até o Rin-tin-Tin o foi.
Fiquem de presente com todos os seus “famosos”, até porque quem cultua famosos está idolatrando, e idólatras não são bons cidadãos nem boas pessoas.

Quanto mais envelheço, quanto mais vivo, mais busco a humildade e a compreensão de que os humildes, os simples de espírito, herdarão a terra, e eles sim, são os famosos que autorizo.

02 junho 2016

Que Tal Iluminar Nossos Cantos Escuros?





Todos temos nossos pontos trevosos. Cantoss escuros em nós mesmos, na nossa vivência e no nosso existir,  que recusamos a ver, sendo portanto na maioria das vezes melhor  deixá-los nas trevas para que não tenhamos que tratar deles.
Vejam bem o termo que usei, até sem querer: “tratar deles”. Isso quer dizer enfim: curá-los.
Em nossas trevas  vivem vermes, fantasmas, miasmas, fungos e monstros. Todos nossos.  A escuridão os alimenta.
Quando a gente tem uma ferida ela precisa de duas coisas além dos medicamentos usuais: oxigênio e luz. Pois a permanência na escuridão, sem ar e sem luz, fará proliferar as bactérias e a infecção.
Assim é com a nossa vida. Quando nos atrevemos a iluminar estes cantos escuros não tenhamos medo, estamos trabalhando para a cura das “ purulentas infecções” com as quais, sem o querer, compartilhamos o que deveria ser vida limpa e saudável.
Comece hoje mesmo. Pare um pouco e olhe para dentro de si mesmo. Jogue luz sobre seus medos, seus terrores...como diz a letra de Caetano : "Nada é  pior do que tudo que você já tem dentro do teu coração mudo".
Você é dual como o Universo: carrega com você a luz e as trevas.  Use sua luz. Ilumine a sua escuridão.