Em 1964, pouco antes do Golpe Civil Militar, era eu Diretor Político e Administrativo da União Brasileira de Estudantes Secundários - UBES - com sede no prédio da UNE, no Rio.
Era no último andar, ali na sede da Praia do Flamengo.
Tinha eu 16 anos. Nem sabia direito o que era aquele cargo nem exatamente o que estava fazendo ali, sabia apenas que por romântico idealismo fora levado àquela condição.
Pois uma bela tarde estava eu posto em meu posto quando aparece-me um sujeito baixinho, cabeça chata, moreno, com cara de índio, sobraçando papéis e desenhos debaixo do braço e disse ao que veio:vinha propor que encampássemos uma luta pela Quadrinhobrás (naquele tempo estava na moda essa coisa de tudo ser ...brás).
Ele desejava enfrentar o monopólio das histórias em quadrinhos que eram todas de desenhistas estrangeiros, com raríssimas exceções no extinto Tico-Tico e tinha seus próprios quadrinhos para exibir.
A conversa não foi muito pra frente. Nem andou, Logo depois veio o golpe e a Quadrinhobrás foi pro espaço.
Mas o sujeito não desistiu da sua criatividade. Não criou a Quadrinhobrás, mas criou os maiores quadrinhos que o Brasil já viu: era o Maurício de Souza.
O pai da Mônica, do Cebolinha e de tantos outros.
Hoje oficialmente é o Dia dos Quadrinhos. Esta lembrança da juventude vai como minha homenagem a este homem vitorioso na sua luta, à sua fé e perseverança nos seus ideais.
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