27 dezembro 2010

PÂNICO NA TV: NEM O NEOLIBERALISMO SUSTENTA MAIS.

(Republicado da minha coluna em http://www.rededemocratica.org  que recomendo visitar)

Leio nos jornais que o “Pânico na TV” - para alguns um excelente programa de humor - vem perdendo tanta audiência que a turma está procurando nas ruas um novo componente para aumentar o IBOPE.
A ser verdade a nota, seria impressionante a forma de solucionar a arte da comédia: procurar nas ruas, alguém sem formação, mas grotesco o suficiente para agradar uma massa sem grandes noções de ética ou estética.
Fenômenos típicos, os programas surgidos com o crescimento da economia neoliberal no País a partir de Fernando Collor de Mello, começam agora  com o esgotamento da novidade e do modelo a perder substância e público.Sobretudo agora, com a eleição de Dilma, socialista e de esquerda.
Mudou a economia? Não. Mas a massa que aportou na classe média na última década começa a adquirir valores éticos e estéticos classistas mais exigentes e não mais de lumpesinato. E isto não se resolve catando qualquer um na rua, a exemplo do desastrado lumpem Marcos da Silva Herédia, conhecido como Zina.
Muita coisa mudará neste País a partir deste dia primeiro de Janeiro.
Para onde não sabemos. Mas sei por experiência de vida profissional que   assim como a arte é a última super estrutura a solidificar-se no novo, é  também a primeira a anunciar a mudança.
E esta morte anunciada já se vê na tevê.

6 comentários:

  1. Eu acrescentaria também o CQC. Uma espécie de Pânico "higienizado" da classe média tucana de S. Paulo.

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  2. Pânico é composto por gente que não tem ética nem estética no qual confundem humor com agressividade. A massa não se move pela vontade, mas sim pelo desejo. E assim quando a TV percebe o desejo do público é que nos deparamos com esse humor escatológico.
    A geração influenciada pelo neoliberalismo tomou de vez o humor brasileiro pelo terno e gravata. Agora também vai pro casual, vide o fraquíssimo e previsível gênero stand-up que é outra influência americana. Por causa da infraestrutura econômica dos anos 1990, toda uma geração foi contaminada por um conceito de humor não inteligente.
    O CQC é direitista pois é a origem de classe deles, e a geração contaminada de dilui ao sabor do jogo. Nisso tudo, se perde o academicismo do humor.

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  3. Bemvindo, querido, parabéns pelo seu trabalho e pela sua postura. Quem acompanhou de perto, aqui em Salvador, seus espetáculos sabe o que é humor de verdade. Sou sua fã de carteirinha e mais ainda agora que descobri seu blog "sujo". Esses caras do Pânico e do CQC apostam no humor fácil, grotesco, que humilha as pessoas e exala preconceito. Bem diferente do que vc e tantos outros humoristas/atores fazem, com competência e profissionalismo. Catar humorista nas ruas pra mostrar a bunda, a boca banguela ou o vocabulário cheio de palavrões é um absurdo. Nós merecemos coisa melhor.
    beijão bem grande pra vc, que por morar tanto tempo em Salvador e nos alegrar virou cidadão soteropolitano de fato e de direito.

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  4. Lembrei de uma frase de Paulo Autran "O cinema é a arte do diretor, o teatro a arte do ator, a TV... a arte do patrocinador".

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  5. O Pânico é um excelente programa, hoje o melhor em termos de humor. Vem melhorando ano pós ano e muito do excesso de palavrões e baixaria do passado estão sendo tirados. É engraçado naturalmente, sem nenhuma pretensão como o CQC. Mas se você teima em achar o Zorra Total ou outros programas melhores... fazer o quê. Só que o Panico vence tudo de melhor humoristico e tem fãs consagrados!

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  6. Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.

    - Daniel

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