Lembrei-me agora de mais uma imbecilidade dos tempos da Ditadura Militar.
Por pura arbitrariedade a polícia exigia dos jovens nas ruas, a qualquer momento a Carteira de Trabalho. Não bastava mostrar a carteira de estudante, tinha que ter Carteira de Trabalho, assinada, vigente, com emprego fixo, senão era autuado por vadiagem.
Ora, como um jovem de 18 anos, no Brasil de 40 anos atrás, quando os jovens de classe média primeiro estudavam pra depois ir trabalhar teriam Carteira de Trabalho e assinada?
Não tê-la quando solicitados nas ruas pelos gorilas fardados ou não, era detenção certa. Levados , no Rio, para a Invernada de Olaria, junto com marginais de todas as espécies, enquanto a família e advogados corriam para tentar libertar o "criminoso" flagrado em "delito" pela arbitrariedade policialesca.
Isto nos levava a falsificar carteiras de trabalho, para escaparmos incólumes da estupidez dos agentes públicos da Segurança.
Em vez de coibir o crime, a policia e os militares de plantão incentivavam a falsidade ideológica, crime este previsto no Código Penal.
Esta pequena nota pode dar á nova geração uma mínima ideia da perversão que vivemos neste País por 21 anos.
Todos os valores invertidos, pervertidos, em nome da "democracia", a tão sonhada "democracia" que tinha que ser imposta por torturas e assassinatos em nome do Mundo Livre.
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