28 março 2014
O Golpe I - Posso Perdoar Mas Não Posso Desculpar
De "boas intenções" o Inferno está cheio
De hoje até o dia 31, nos próximos 4 dias escreverei sobre o Golpe Civil- Militar de 64. Forma que encontrei de fazer a catarse do que até hoje assombra a minha memória. A memória da minha juventude.
Entre todos os males que a Ditadura Civil Militar trouxe sob o pretexto de salvar a Democracia, a Família Cristã e o País está a juventude que nos foi roubada.
O jovem de hoje que pode tatuar-se, ler o que desejar, acessar a Internet, o Youtube, falar o que quiser...pode graças à luta de milhares de patriotas viver em paz e erotizado a sua juventude.
Não será castrado dos seus direitos à formação e à informação.
A nós foi negado o acesso a livros; aos costumes mais primários como largura da bainha das calças ou altura das saias; filmes; músicas: reuniões; anseios: manifestações.
Isto durante 21 anos.
Sómente aos 37 anos, já adulto e caminhando para a maturidade pude recuperar meus direitos de jovem.
O mal que os golpistas trouxeram ás gerações de jovens de então é indesculpável.
Algum dia, diante da História (já está acontecendo) da Justiça dos Homens ou da justiça de Deus eles pagarão por esse crime.
Posso perdoar as "vacas fardadas" no dizer do general golpista Olympio Mourão Filho, Ou às "bestas feras" que torturavam jovens de 20 anos e às vezes até menos.
Mas não posso desculpá-los.
Que a culpa envergonhe sempre seus nomes e de suas gerações - infames brasileiros - para que todos os que vierem depois saibam sempre da maldição que atraíram sobre si.
Eu os perdoo por terem roubado minha juventude, mas não os desculpo.
Somente estúpidos podem elogiar o Golpe de 64 e propor a volta de uma Ditadura. Não concilio com esse tipo de gente.
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