Hoje faz trinta anos do surgimento da epidemia de AIDS.
Lembro-me bem: “É uma doença que está matando os viados em São Francisco.” diziam os de então, e que hoje por esta frase seriam considerados homofóbicos.
“É algo que vem na química petrolífera usada na vaselina.” Me disse o dono de uma boate "GLBTSXYZ..." de Salvador.
Depois a coisa ficou o que seria mesmo preconceituosa nos dias de hoje: “É doença de viados, eles que estão espalhando isso pelo Mundo”.
Até entre os "GLBTSXYZ..." ouvia coisas “homofóbicas” como: “Isso é doença de bicha nova.”
E aí veio o pânico (quase o da TV) semeado pela mídia, sempre ela: “Em 10 anos metade do planeta estará infectada, e milhões terão morrido no Brasil”.
Hoje, trinta anos após não se encontrou ainda a cura. Mas os homossexuais foram absolvidos das acusações fundamentalistas; o número de infectados está sob controle no Brasil, até decaiu se não me engano; o tratamento prolonga a vida dos acometidos tanto quanto a insulina controladora da glicose prolonga a dos diabéticos; e a prevenção ganhou rumos certos com propagandas oficiais e distribuição de preservativos e outras medidas.
Eros retomou seu percurso e aprendemos a mais uma vez a conviver com Thanatos.
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