- “Boazuda.
- Gostosa.
- Toda minha!!!”
Isto era o que passava pela cabeça dos 17 varões que compunham a base do Partido na Ilha do Governador ao olharem para a única presença feminina nas reuniões .
Aquela belezura que em breve iria tornar-se atriz de novelas e levar todo os homens do Brasil a terem os mesmos pensamentos.
Nos seus 16 anos ela arrancava suspiros cada vez que falava “Companheiros...”.
No dia seguinte à reunião podia notar-se em todos os olhos as olheiras profundas deixadas pelas fantasias noturnas no quarto, ou no banheiro, de cada solitário jovem pretendente à posse daquela Vênus, que mais tarde seria platinada.
Mas nada além. A moça tinha namorado.
“- Babaca.
- Brocha.
- FDP!!!”
Era o que passava pela cabeça dos 17 varões acerca do galã da mocinha.
O tal namorado era também da base partidária, da mesma base, e pelos preceitos quase religiosos da política leninista da época, mulher de companheiro era homem. Intocável. Seria um pecador,um burguês pervertido, aquele que ousasse quebrar este dogma.
Filha de militar, morava na Vila da Aeronáutica, e entre toda a sua militância sobressaía o fato de nos informar sobre movimentações naquela Base Aérea. Mas quem queria ouvir alguma coisa quando ela falava? Ficava na sala aquele clima de cães ferozes, amestrados pelo poder sedutor dos seus olhos negros.
Mas, se por um lado era Bela, pelo lado político era uma Fera, como veremos adiante. Corajosa. Determinada. Lutadora. Jogaria para o alto a Venus Platinada e se transformaria numa “passionária” da luta armada, vindo a bestialidade da tortura – pelo nome, Comandante Brilhante Ulstra - conspurcar aquele sacrário de formosura.
Próximo: “PAPARAM A MULHER DO COMPANHEIRO”
Suspeito quem seja a atriz, talvez as iniciais sejam "B.M." mas de todo modo fiquei curioso....
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