Ao ler hoje reportagem de “O Globo” sobre a agenda encontrada com o terrorista do Rio Centro, deparo-me com o nome do detetive Boneschi.
Quando fui detido em agosto de 1964, como consta no meu processo de anistia, tive como interrogadores os detetives Solimar e Boneschi. O primeiro assemelhava-se a um rato: olhos miudos por tras de lentes grossas, de pequena estatura e agir meticuloso e prudente.
O segundo, o Boneschi, alto, grande, forte e truculento ja de aparencia.
Durante o interrogatorio adentraram `a sala onde estava, o cenografo Leo de Oliveira , completamente massacrado. Seu rosto era uma posta de sangue, seus nolhos mal se viam , devido ao inchaco das palpebras. Visivelmente torturado,
Queriam que eu o reconhecesse e vice-versa. Negamos. Leo me deveu a vida – se e que posso dizer isto.
Porque ninguem sabia que ele havia sido preso, e ao sair do DOPS, anunciei aos 4 ventos, e isto o livrou de ser “desaparecido”.
Hoje, nesta ascoa, neste Domingo da Ressurreicao, volta a mim o nome Jose Paulo Boneschi.
Triste memoria.
Se estiver vivo, coisa que espero com fe, ele deve estar hoje com mais de oitenta abos.
Que viva muiito para ser sempre lembrado do que fez.
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