28 fevereiro 2016

Quando a Criação Artística Vem do Inconsciente

girassois Quando a Criação Artística Vem do Inconsciente
Van Gogh, puro inconsciente criativo


A obra de arte que nos enleva, que nos entusiasma esta sim é a obra inspirada.
Creio que há dois tipos de criação artística: a obra de arte inspirada e a obra de arte correta. A primeira nos é ditada, de repente, pelo nosso inconsciente. A outra é fruto da técnica. Fica correta, bonitinha, mas não “acontece”. Não mexe com o espectador.
Você vê isto até em comerciais da tv. Alguns são feitos com tanto esmero, tantas técnicas e não rola nada. Aí vem um, bem simples, e torna-se viral. A diferença? Um é técnico, outro, inspirado.
Percebo isso na minha carreira de ator. Há personagens que você recebe e  para os interpretar tem que estudar, pensar, elaborar, buscar, etc. etc. Há outros que não precisam de nada disso: eles chegam pra você e já estão prontos. A diferença? No primeiro caso você está trabalhando no consciente. No segundo caso está com o inconsciente “aberto” como costumamos dizer. Aí rola a “magia” da criação.
No primeiro caso por mais que você se esforce no máximo conseguirá representar uma personagem de forma correta, e chata (risos). No segundo caso a personagem empolgará os espectadores e muitas vezes tomará para si o protagonismo da obra.
Mas é preciso estar atento. Muitas vezes o inconsciente nos dá a dica e o nosso censor, o superego consciente, corta o barato antes mesmo que a ideia chegue à luz.
Portanto, em processos criativos – e viver é uma constante criação – procure sempre respeitar o seu inconsciente, às vezes -  ou sempre -  ele é o nosso melhor conselheiro.

27 fevereiro 2016

A Cômoda Posição de Vítima




gato3 A Cômoda Posição de Vítima

Sabe aquele sujeito que vive dizendo que não consegue realizar seus projetos sempre por culpa de alguém? Ou aquela pessoa que passa o tempo todo dizendo que não é feliz no amor por culpa da mãe? Ou ainda o aluno que diz que foi reprovado por culpa do professor que é antipático?
Claro que você já viu e ouviu dezenas, centenas de pessoas que dizem coisas como essas. Nós mesmo dizemos muitas vezes coisas assim. É a posição de vítima. Os culpados são sempre os outros, há sempre uma história vilã que nos faz de vítimas.
É uma cômoda posição na vida. A gente não avança, não sai do lugar por causa sempre do outro. Nunca por nossa responsabilidade.
Outro dia eu me peguei dizendo que não conseguia escrever um livro que tenho em projeto por que ia ser impossível encontrar uma editora para publicá-lo. Isso é a posição de vítima: não escrevo porque não encontrarei editora. Quando percebi isso logo depois descobri que há sites onde você pode publicar e vender seu livro em formato digital. Estou escrevendo o livro. Avancei, venci   a antiga crença que me vitimizava.
Nós somos responsáveis por tudo o que acontece na nossa vida. Aqui e agora. O Passado já foi e o Futuro nem chegou ainda.  Portanto deixe de fora as historinhas velhas, remoídas, que você vive contando pra você mesmo e avance na vida. Você é a ação, no aqui e agora.

26 fevereiro 2016

A Esquerda "Religiosa" e Seus Dogmas





A briga está formada. De um lado críticas às atitudes da Dilma. Do outro, companheiros que creditam à Direitistas e Coxinhas qualquer crítica à Dilma. E assim vamos nos dividindo e separando. Enfraquecendo e sendo derrotados. Não por causa das críticas, mas por causa do “dogmatismo”.
Houve um tempo – décadas – em que não se podia criticar Stalin em nada. Era um dogma. A URSSS de Stalin não podia sofrer críticas para não enfraquecê-la. Com isso Stalin assassinou toda a liderança comunista e matou milhões de russos e outras nacionalidades. Quando se pôde criticar o Sistema de Poder, acabou a URSS.
Houve um tempo no Partidão que não se podia criticar Prestes. Era dogma. Prestes não podia ser criticado para não enfraquecer o Partido e dar armas ao inimigo. Afinal quando Prestes pôde ser criticado, acabou o Partido e surgiu o PPS;
Agora é Dilma que não pode ser criticada. Mais um dogma que está se criando.
A crítica fortalece. Expõe, defende, corrige. Vamos aceitar isso como respiração da militância. Oxigenação. Quem critica não necessariamente não deixa de defender a ela, a democracia e o PT. Quem a crítica não é inimigo. São companheiros que estão com uma visão diferente. Acham que deve ser feita correção de rumos. Estão irados com coisas que não entendem, sobretudo dada as falhas que sempre foram  a característica da comunicação do PT e do Governo com as bases. Ou é mentira  que nós só viemos a entender a posição dela no pré sal no dia seguinte, depois de total desorientação da militância e da base e da bancada?
Deixem as críticas rolarem. Dilma  não é o Dogma de Maria. Com o tempo os críticos ou vão embora, ou arrefecem. E até mesmo quem sabe Dilma escuta as críticas e dialoga e cresce com elas?

Mas colocar críticos no mesmo lugar de coxinhas é de uma inabilidade política -  esta sim - que só vai afastar, enfraquecer e dividir as nossas forças.

24 fevereiro 2016

Tente Escutar Quando os Bons Ventos Soprarem




vento 1024x779 Tente Escutar Quando os Bons Ventos Soprarem
Belíssima Rosa dos Ventos medieval

“ -  Entra menino, sai da rua que esse é o vento ruim! ”
Era assim que minha mãe interpretava aquele vento que sopra à tarde, de repente, aquele vento quente, forte que vem trazendo muita poeira, folhas secas, lixo...ela dizia que era malfazejo.
A brisa matinal era o que ela considerava o melhor vento.  Ela dizia que os anjos vinham com esse vento trazer boas novas para nós.
Minha mãe, na sua simplicidade, por alguma razão nomeava os ventos à sua maneira e filosofia.
Na minha vida talvez eu não tenha encontrado melhores ventos que a brisa marinha de Salvador ao anoitecer. Era como se os ventos do entardecer viessem limpar as coisas ruins do dia, preparando-nos uma noite tranquila.
Cientificamente os ventos são divididos em vários tipos: Os ventos constantes são divididos em ventos alísios e contra-alísios.
Os ventos periódicos são aqueles que ocorrem de forma repetitiva ou durante uma estação do ano. Existem dois principais tipos: as monções e as brisas.
Ainda temos o Nordeste, o Noroeste, o Norte, O Sudeste...cada um deles dando um rumo à navegação, aos pescadores, à vida. Cada um deles como se nos contassem por onde andaram e o que viram deste mundo.
Por isso, amigos, quando os bons ventos soprarem tentem escutar o que eles lhes dizem. Eles não só contam histórias, também apontam direções e corrigem rumos.

19 fevereiro 2016

Alegria é a Melhor Coisa Que Existe


alegria1 Alegria É a Melhor Coisa Que Existe

“É melhor ser alegre que ser triste,alegria é a melhor coisa que existe, é assim como a luz no coração...”. Versos do poeta Vinícius de Moraes no "Samba da Bênção". Na minha vida são inesquecíveis versos que canto sempre.
Nos festejos de chegada deste Novo Ano - na Região Sul Sudeste - observei  a alegria das pessoas. À passagem do primeiro minuto do ano todos se abraçaram, riram, alegres, eufóricos muitas vezes.  Uma hora depois foi a vez das pessoas que habitam as regiões Norte- Nordeste -. Pareceu-me que  a Alegria não tem a ver com sentimento interior, mas sim com um grande relógio que determina a hora de ser alegre.
Poucos minutos depois, por regiões,  voltaram todos ao estado “normal”: em boa parte dos cenhos havia melancolia, tédio, preocupação, ou indiferença.Onde foi parar aquela alegria de minutos atrás? Alegria é uma manifestação de sentimentos. É volúvel como todas as emoções. Podemos estar alegres num minuto e deprimidos no minuto seguinte.
A permanente alegria é um dom. Não passa pela euforia, ou por explosões de gargalhadas. Alegria como disse  o poeta “...é assim como a luz no coração.”
Se você amanhece agradecendo a luz do dia, e festeja a vida em todos os seus momentos isto é o Dom da Alegria. Ele está em você. Permanece com você. Vem de dentro sempre, não tem necessidade de ser  provocado por um relógio ou pelo som orwelliano de um Plim Plim. Menos necessidade ainda de ser representado por um breve espaço de tempo.
Cada um de nós temos nossos dons, pendores, na vida. Nenhum é maior ou mais importante que  outro. Portanto vamos descobri-los , e se já os temos à consciência, vamos usá-los mais e mais em 2016.
Bibi Ferreira certa vez me disse:
- Bemvindo como eu te invejo. Você festeja a vida, agradece sempre todos os momentos.
Agradeço o testemunho de Bibi, ela pode não ter o Dom da Alegria, mas tem o Dom da Interpretação, da Canção.
Procure seu Dom e se ele for o da Alegria mergulhe fundo nele, e saia por aí distribuindo o que ganhou de Graça; tornando as pessoas mais alegres e derrotando as tristezas do Mundo.
Com este post sobre a Alegria  retorno das férias no meu blog,  desejando a todos um Feliz e Alegre 2016!

18 fevereiro 2016

Aécio, Musa da Peruche, FHC...só Pode ser Bruxaria





Yo no creo em brujerias pero que las hay las hay,

Tenho um amigo que acredita na lei da Causa e Efeito, Lei do Retorno, ou Lei do Carma. Eu não acredito nisso, mas que está estranho está. Vamos ver:


O jornal que publicou que Lula tinha um tríplex tomou pela cara um tríplex em Paraty; Aécio que denunciou a corrupção de Lula e PT tomou pela cara Furnas; o Barbosão quietou-se depois do tal apartamento em Miami; o japa da PF  está nas redes sociais com todos os processos por corrupção, formação de quadrilha etc. que ele já responde em instância final; o Pixuleco ficou mais murcho que a bunda do Kim; Alckmin que pensou que estava a salvo na tormenta  tomou pela cara a corrupção da merenda escolar e a crise na educação; a musa do impeachment foi expulsa a pontapés da avenida; o promotor que queria aparecer tomou uma enrabada do CNMP que tá até agora procurando o prumo e o rumo; e agora FHC do alto de sua vaidade exposto no final da vida com um procedimento vergonhoso...sei não...mas isso parece coisas de bruxarias. 
Kiakiakiá!!!!

17 fevereiro 2016

Para os Que Ficam Em Cima do Muro



Desconheço a posição de neutralidade.
Sempre tomei partido.
Sempre estive de algum lado.
E em todas as querelas que vi na vida sempre ouvi as acusações em relação aos indecisos:
"Fulano está em cima do muro"... "Fulano nunca sai de cima do muro"..."Fulano diz que é neutro..."
Para os que acham que ficar em cima do muro é uma boa posição tenho hoje uma pequena história que me foi contada por um sábio e que repasso a vocês:
muro PARA OS QUE FICAM EM CIMA DO MURO

Havia um grande muro separando dois grandes grupos.
De um lado do muro estava o Bem. Do outro, o Mal.
Em cima do muro, um jovem. Indeciso, queria ficar por lá, em cima do muro.
O pessoal do lado do Bem sempre o chamava: vem pra cá,desce do muro, junte-se a nós.
Já o grupo do Mal, calado, não dizia nada.
A situação continuou até que um dia o jovem perguntou ao grupo do Mal:
Porque o Bem vive pedindo para eu descer do muro e ir juntar-me a eles, e vocês não ?
E respondeu-lhe o Mal:
Porque o muro já é Meu!
(BEM)
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14 fevereiro 2016

Cão-Guia de Cego Dá Lição Que Devemos Aprender




Leio no jornal que a Justiça determinou o pagamento de multa de R$ 15.000,00 a uma jovem deficiente visual que foi proibida de entrar na Biblioteca Nacional com seu cão-guia.
Fico imaginando a cabeça do burocrata, do medíocre burocrata , perdido entre a razão e o regulamento. Imagino os diálogos internos e externos de cada um :
"- O regulamento diz que não pode entrar animal aqui na Biblioteca, logo este cão não pode entrar."
" - Mas a Lei me faculta a entrada com meu cão em todos os lugares. Sou deficiente visual, tenho amparo legal. "
" - Não interessa, o Regulamento diz que não pode entrar animal aqui. Logo, fora! Vai passear com seu cachorro lá na Cinelândia, aqui não."
Mas sejam  quais tenham sido os diálogos a Justiça foi feita. Com raríssimas exceções o Brasil ainda não se adaptou a lidar com deficientes. E olha que teremos a Paraolimpíada bem aqui, em 2016.
Fico imaginando as situações constrangedoras e vexatórias que poderão advir  para os atletas paraolímpicos. Porque para os deficientes locais tais dificuldades e obstáculos  são diários, constantes. Desde calçadas sem rampas, e metrôs sem elevadores, até a semáforos sem som. Outro dia mesmo, uma médica amiga, deficiente  física, tropeçou num buraco na calçada e caiu. Machucou-se. A senhora do lado em vez de ajudar disse:
"-Você devia andar com uma babá."
Podem estar certos, a estúpida passante ouviu o que precisava ouvir e aprendeu uma lição de vida com a resposta da minha amiga. Afinal é obrigação legal do Estado e - independente da Lei  - obrigação moral de todos os cidadãos proteger e amparar os deficientes.

12 fevereiro 2016

O Pai Será Sempre um Fantasma em Nossa Vida


         Nesta tela de Henry Fuseli (1798) Hamlet é seguro por Horácio dante do fantasma do Pai

Na tragédia “Hamlet” de Shakespeare o protagonista -  o jovem príncipe Hamlet -  encontra-se  todas as noites com  o fantasma de seu pai, segundo a trama assassinado por seu tio para desposar a viúva, -  mãe de Hamlet -  e assim ascender ao trono. Esta é a trama.
Na dramaturgia,  o fantasma do pai de Hamlet tem uma importância real.  Mas duvido que o fantasma que Hamlet vê seja real. Fantasmas são projeções nossas, os nossos próprios fantasmas internos que se nos aparecem para assombrar-nos. Porém, a palavra assombrar não significa necessariamente terror. Segundo Houaiss, pode ser também admiração e maravilhamento.
Cada um de nós, teremos pela vida a fora, até o fim, o fantasma paterno a nos visitar. Mesmo os que não conheceram o pai terão seu fantasma visitador. Inspirando os mais diversos sentimentos.
O diálogo com a mítica figura paterna ocorrerá sempre durante a vida, de tempos em tempos. A cada “visitação” o “fantasma” pode trazer novas revelações das nossas relações filiais, colaborando para aprimorar o nosso autoconhecimento e crescimento, ou pode ficar batendo sempre na mesma tecla, como o fantasma do Pai de Hamlet.
Hamlet, figura patética, passiva, preso ao conflito do “ser ou não ser”, não conseguia sair, romper, o círculo de um passado e avançar na vida com um “fantasma renovado. Preso a velhas memórias. Daí a tragédia.
Não falo de assombrações lendárias, nem sequer do sobrenatural. Falo de uma questão psíquica. E a cada “visitação” nosso diálogo com o “fantasma” interno do Pai deve estar renovado, como um diálogo excitante, revigorante, inovador, onde o Pai continua a resgatar o passado e a nos indicar caminhos e sabedorias.

10 fevereiro 2016

Mutuca é Que Tira Boi do Mato - Muita Calma Nessa Hora

O mosquito "mutuca" em pose especial para este blog

“Mutuca é que tira boi do mato”. Aprendi essa frase há muitos anos. Um provérbio popular. Mutuca é um mosquitinho pequenininho, mas com uma ferroada dolorosa. Faz o boi saltar de dentro da moita, irritado.
Vivemos hoje um momento de muita irritação. Talvez o maior momento de irritação que jamais vivemos neste País.
A gente vai engolindo tudo que nos aborrece. Pensamos e sabemos que é melhor assim, para evitar estresses e doenças. Vejo quatro PMs matando cinco jovens no Rio, sem nenhum motivo; vejo PMs jovens sendo mortos diariamente por traficantes; uma senhora sendo morta por bandidos sem ter feito nada; a corrupção em todos os estamentos; a agressividade das pessoas; o trânsito caótico; o preço da energia elétrica; o aumento do preço dos remédios...a mediocridade...a lama de Mariana ... a perda do Rio Doce...tudo isso a gente vai procurando contornar, com calma, pra não se aborrecer ainda mais.
Então, clima pesado, resolvo sair pra espairecer. Dar uma volta no Jardim Botânico, sentar embaixo de uma árvore e descansar a cabeça. Sentir o silêncio dos homens e o som da Natureza. E é aí que entra a “mutuca”: Quero sair. Estou só, em casa. Quero sair e a chave... a chave não está na porta. Não está no meu bolso, não está na mochila, não está em lugar algum. Uma coisa tão pequenininha quanto uma chave impedindo minha saída de casa.  E eu não a encontro! Cadê a chave!!! Eu preciso sair, eu QUERO sair, mutuca!!!
E é aí que toda a raiva contida pelos aborrecimentos do dia a dia se apresenta, nem mesmo sobre a forma de um boi, mas de um touro. A raiva explode em mim. Uma ira incontida. Todas as desgraças passam a ser significadas nesta chavezinha sumida. A mutuca tirando o boi do mato. Perco a paciência, grito, tento tirar os ferrolhos, arrombar a porta, quebrar a maçaneta...nada.
Sou vencido pela exaustão. Sento-me e procuro relaxar. Dali a dois minutos reencontro a chave no bolso da calça que eu procurara antes e não achara.
A mutuca é o pior de todos os aborrecimentos, e num momento assim  só há uma solução: “muita calma nessa hora”.